Baixas temperaturas aumentam incidência de paralisia nas patinhas dos cães

A chegada das temperaturas mais baixas coincide com a maior procura por atendimentos relacionados a crises de paralisia nas patas e dores na coluna causadas pela hérnia de disco.

Foto: Divulgação - Mundo à Parte

O problema consiste na degeneração dos discos intervertebrais, fibrocartilagens situadas entre as superfícies das vértebras da coluna. Médica veterinária da Mundo à Parte, maior franqueadora de fisioterapia veterinária do mundo, Jennifer Hummel explica que nos cães a condição pode se manifestar de duas formas: hérnia extrusiva ou hérnia protrusiva. 

A primeira ocorre devido a uma ruptura nas fibras do disco intervertebral, expondo o material do núcleo pulposo, região central do disco intervertebral que tem como função proteger as vértebras contra impactos, para dentro do canal medular, comprimindo a medula espinhal. Na hérnia protrusiva, por sua vez, ocorre o abaulamento crônico (progressivo) do disco em direção à medula espinhal. O abaulamento nada mais é do que a deslocação do disco gelatinoso que fica entre as vértebras.

A hérnia extrusiva é mais comum em raças condrodistróficas, animais que têm o eixo dos ossos longos torcidos e encurtados e parecem “rebaixados”, como dachshund, bulldog francês, poodle, pequinês, beagle, shih-tzu e lhasa apso, para citar alguns. Nesses pets, a condição aparece já nos primeiros seis anos de vida, quando o pico de atividades é maior e acaba sobrecarregando o disco. Já a hérnia protrusiva costuma acometer cães de raças como labrador, pastor alemão, rottweiler e chow-chow e tem apresentação tardia, dos sete aos oito anos de idade, com sinais lentos que aumentam com o tempo. 

Nos felinos, a incidência de hérnia de disco não é tão relevante quanto nos cachorros. Quando ocorre, porém, é mais frequente nas raças himalaio, persa e exótico.

Os sintomas vão de dor – identificada a partir de sinais como mudança de comportamento e dificuldade em realizar movimentos simples –, incontinência urinária e desequilíbrio.

“O tratamento pode ser realizado com medicação, fisioterapia e em alguns casos, é necessário a cirurgia, onde é realizada a descompressão cirúrgica, caso a paraplegia esteja associada à perda da sensibilidade dolorosa, além de repouso e muita fisioterapia. A fisioterapia é o tratamento indicado em todos os graus de lesão, desde dor até animais paraplégicos ou tetraplégicos desde o início, pois os equipamentos utilizados possuem ação anti-inflamatória, auxiliando na resolução do edema e da reação oxidativa que ocorre na medula após a extrusão ou protrusão discal, além de estimular a neurogênese, o que leva a uma recuperação mais rápida do paciente”, explica a veterinária Jennifer Hummel.

A especialista acrescenta que a indicação da fisioterapia também é fundamental quando se trata da hérnia protrusiva. Segundo Jennifer, pelo fato de esse tipo de compressão ter caráter crônico, ocorre adesão às meninges, membranas que envolvem e protegem o encéfalo e a medula, levando a uma perda massiva e muitas vezes irreversível dos neurônios da medula espinhal, tornando a cirurgia pouco efetiva. Estes casos, quanto antes forem diagnosticados e o tratamento iniciado, melhor é o prognóstico.

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