No dia 21 de junho, a estação mais fria do ano desembarcou no Brasil. O inverno é conhecido pela queda das temperaturas, além de noites mais longas e dias mais curtos. Durante esse período, alguns cuidados são necessários para evitar doenças, como é o caso da gripe. Blusas, agasalhos e cobertores mais grossos são utilizados como forma de se proteger do frio. Esses cuidados valem tanto para os humanos como para os pets, que também sofrem com a queda das temperaturas e merecem atenção dos tutores para garantir que eles também fiquem confortáveis durante essa estação.
“Apesar dos gatos sentirem frio assim como os cães, a diferença é que os gatos não têm uma camada de pelo tão densa. Existem ainda algumas raças totalmente desprovidas de pelos, como os Sphynx, que são mais vulneráveis ao frio e merecem mais atenção”, explica a médica-veterinária da Botupharma, Bruna Fabro. Conhecidos também como os gatos pelados canadenses, o gene responsável pela nudez do Sphynx é a alopecia hereditária e é recessivo. A raça surgiu por acaso em 1966, quando uma gata deu à luz a um filhote sem pelos. Sphynx em inglês significa esfinge, e o gato foi batizado com esse nome justamente pela semelhança com a estátua egípcia.
Mas os cuidados com os felinos nos dias frios não se limitam apenas aos gatos pelados. Independentemente da raça, todo animal merece cuidado e atenção nessa época do ano. Algumas atitudes dos gatos durante esse período podem ser sinais de que o pet está sentindo frio e que o tutor precisa tomar algumas providências. “Quando o gato sente frio, ele costuma procurar locais mais acolhedores, os pelos costumam ficar arrepiados e ele fica mais encolhido, além de ficarem com as extremidades frias, como as patas e as orelhas”, diz a médica-veterinária.
Apesar de ser uma característica dos felinos gostarem de locais mais escondidos, no inverno eles podem buscar abrigos em espaços mais quentes como roteadores, televisores e notebooks. Porém, esses equipamentos podem acabar resultando em acidentes como quedas ou choques elétricos. Portanto, é necessário ficar atento. Outro local que costuma ser o favorito dos felinos durante o inverno são os capôs dos carros. Por conta do motor quente, os gatos costumam repousar nesses espaços, e isso pode ser bastante perigoso, já que quase ninguém tem o hábito de olhar o motor antes de ligar o carro.
Para evitar acidentes, o motorista pode bater no capô antes de ligar o carro ou até mesmo buzinar e esperar um tempo para o gato sair. “Podemos evitar que os felinos procurem se abrigar em locais incomuns, que podem se tornar potencialmente perigosos no frio. Ofereça um local que proporcione conforto térmico, como caminhas e cobertores para que eles possam se abrigar, especialmente os gatos, que por natureza, gostam de se cobrir. O local deve ser coberto, para evitar que fiquem expostos a ventos e chuvas. Os gatos geralmente gostam de caixas de papelão e você pode utilizá-las para protegê-los do frio, evitando que tenham contato direto com o piso gelado”, pontua a médica-veterinária.
Uma das doenças mais comuns entre os gatos durante o inverno é a rinotraqueíte – também chamada de gripe felina – que atinge o trato respiratório dos gatos. Além disso, eles também podem ser acometidos por alergias e bronquites. Os felinos mais idosos que sofrem com doenças articulares também acabam sofrendo mais nos dias mais frios. Para evitar que a saúde deles seja comprometida, é importante ficar atento em relação ao comportamento do animal, já que os gatos são mais discretos do que os cães, então acaba sendo mais difícil saber se eles estão com alguma dor ou doença.
Além de deixar pela casa espaços onde eles possam ficar aquecidos e confortáveis, é importante garantir que a alimentação dos gatos esteja equilibrada e forneça todos os nutrientes que eles precisam e são importantes para fortalecer o sistema imunológico dos felinos. “Os suplementos alimentares costumam ser uma ótima opção para mantê-los saudáveis e mais preparados para debelar doenças, caso fiquem doentes. Probióticos com betaglucana auxiliam tanto na melhora da resposta imune como na absorção de nutrientes, enquanto o Ômega 3, por exemplo, é um antioxidante e potente anti-inflamatório que pode auxiliar também no caso de alergias. Além disso, eles podem reduzir a ingestão de água, o que é prejudicial especialmente para essa espécie. Assim como em outras estações, o ideal é espalhar potes com água fresca pela casa para estimular a ingestão e utilizar recursos como bebedouros com fonte, já que eles preferem beber água corrente”, finaliza Bruna.