O mercado pet faturou R$51,7 bilhões no Brasil somente em 2021, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil. São gastos, basicamente, com produtos e serviços veterinários e itens de higiene e bem-estar animal, o chamado pet care. Os tutores, é claro, querem adquirir tudo “do bom e do melhor” para os seus bichinhos, mas muitas vezes desconhecem fatores de risco consideráveis para os animais. Um desses pontos é o piso inadequado das residências, que pode ocasionar lesões articulares e nos músculos dos pets.
Pisos muito lisos, por exemplo, são perigosos para os animais domésticos. Por isso, é necessário escolher materiais que promovam maior resistência para a movimentação dos pets.
“A falta de aderência de pisos muito lisos pode acarretar problemas de articulação, postura e coluna nos cães. Para aqueles que já possuem histórico de doenças como displasia coxofemural, enfermidade que causa instabilidade e frouxidão articular e leva ao desenvolvimento de artrose, os pisos muito lisos, mais escorregadios, têm potencial para agravar a situação do pet”, comenta a médica veterinária Jennifer Hummel, CEO da Mundo à Parte, maior franquia de fisioterapia animal do mundo.
Os maiores “vilões” são os pisos de azulejo, mármore, granito e alguns pisos de madeira que são lisos. Isso porque esses materiais são pouco abrasivos, o que faz com que os pets escorreguem mais e fiquem mais suscetíveis a lesões.
Já materiais como madeira de demolição, vinílico e linóleo aparecem como boas soluções para melhorar a qualidade de vida dos animais domésticos. A madeira de demolição tem maior resistência e é antiderrapante, enquanto a resina de vinil previne escorregões e também abafa mais os sons das movimentações dos pets. O linóleo, por sua vez, é sustentável – por basicamente levar produtos biodegradáveis em sua composição –, impermeável e mais fácil de limpar.
“É possível recorrer a alguns macetes, como colocar esteiras emborrachadas em locais de passagem da casa. Há opções de meias antiderrapantes que podem funcionar, mas é preciso testar e ver se o pet se adapta”, diz Jennifer.
O que não se deve fazer é limitar a movimentação dos pets, mantendo eles confinados, essencial para uma boa qualidade de vida. Para os tutores que moram em apartamentos ou em locais com pouco espaço disponível para os animais circularem, levar os bichinhos para caminhar nas ruas ou em parques é essencial. E não apenas para a saúde física, mas também mental, pois ajuda a controlar a ansiedade.