Quando o espelho mente: saiba mais sobre o transtorno dismórfico

Com o crescimento constante das redes sociais, a busca pela selfie perfeita e o uso exagerado de filtros para esconder qualquer pequena imperfeição pode revelar um grande problema: o transtorno dismórfico. Apesar de estranho, o termo se dá ao distúrbio na percepção da própria aparência, fazendo com que mínimos e imperceptíveis defeitos ganham destaque desproporcional na frente do espelho. 

Foto: Pexels/ EKATERINA BOLOVTSOVA

Muito difícil de identificar, a doença, considerada grave, é caracterizada pela preocupação exagerada com a aparência e se manifesta em um comportamento compulsivo, causando muito sofrimento para o paciente. 

Estima-se que 15% das pessoas que buscam uma cirurgia plástica sofrem do transtorno. Segundo a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), em estágios considerados leves, intervenções na aparência podem servir como parte do tratamento, mas é fundamental que o procedimento seja feito por um profissional especializado para garantir o compromisso ético de realizar apenas intervenções adequadas a cada paciente. 

A Dra Patricia Marques, cirurgiã plástica especialista em cirurgias de cabeça e pescoço e membro da SBCP, afirma que é fundamental estar atento ao comportamento de cada pessoa que adentra o consultório em busca de cirurgia. “Em casos de suspeita, temos que pedir ajuda a um colega psicólogo para diagnosticar e tratar a doença, se for o caso”, acrescenta.

Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Médicas da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), aponta que as pessoas que desenvolvem a doença em sua maioria são ansiosas, perfeccionistas, tristes, inseguras, com baixa autoestima, tem tendência à solidão, introspectivas e obsessivas. 

Além disso, atualmente fatores externos também podem servir como gatilho para o transtorno, uma vez que o acesso constante a imagens com rostos e corpos perfeitos reforçam padrões irreais de beleza. “De forma equivocada, é atribuído à cirurgia plástica apenas o intuito de se adequar aos padrões, mas a cirurgia plástica é sobretudo, um compromisso com a própria autoestima. Só quem possui um incômodo físico sabe realmente o valor de poder fazer algo por si mesmo que substitua aquela sensação anterior, mas existe um limite saudável e o cirurgião plástico precisa estar atento para identificar qualquer insatisfação que ultrapasse esta linha”, completa.

Entre no grupo do Massa News
e receba as principais noticias
direto no seu WhatsApp!
ENTRAR NO GRUPO
Compartilhe essa matéria nas redes sociais
Ative as notificações e fique por dentro das notícias
Ativar notificações
Dá o play plus-circle Created with Sketch Beta. Assista aos principais vídeos de hoje
Colunistas plus-circle Created with Sketch Beta. A opinião em forma de notícia
Alorino
Antônio Carlos
Claudia Silvano
Edvaldo Corrêa
Fabiano Tavares
Gabriel Pianaro
chevron-up Created with Sketch Beta.