A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta 5ª feira (3.mar), para a prevalência global de casos de ansiedade e depressão durante a pandemia de covid-19. Segundo os dados, os diagnósticos para os transtornos psicológicos aumentaram 25% no período, o que levou quase 90% dos países a incluírem saúde mental e apoio psicossocial nos planos de resposta ao vírus.
“As informações que temos agora sobre o impacto da covid-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. “Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”, completou.
Uma das principais explicações para o aumento do número de casos é o estresse sem precedentes causado pelo isolamento social decorrente da pandemia. Ligados a isso estavam as restrições à capacidade das pessoas de trabalhar, buscar apoio de entes queridos e se envolver em suas comunidades.
Solidão, medo de infecção, sofrimento e morte para si mesmo e para entes queridos, luto e preocupações financeiras também foram citados como estressores que levam à ansiedade e à depressão. Entre os profissionais de saúde, a exaustão tem sido um importante gatilho para o pensamento suicida.
Os dados também indicam que as mulheres foram mais impactadas do que os homens e que pessoas com condições de saúde física pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas, eram mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais.
De acordo com a OMS, o aumento na prevalência de problemas de saúde mental coincidiu com graves interrupções nos serviços de saúde mental, deixando enormes lacunas no atendimento dos pacientes. Durante grande parte da pandemia, os serviços para condições mentais, neurológicas e de uso de substâncias foram os mais interrompidos entre todos os serviços essenciais de saúde relatados por membros da entidade.
No fim de 2021, a situação melhorou um pouco, mas hoje muitas pessoas continuam incapazes de obter os cuidados e o apoio de que precisam para condições de saúde mental pré-existentes e recém-desenvolvidas. Apesar dos atendimentos virtuais serem bem procurados pelos pacientes, a OMS reforça a necessidade de disponibilizar ferramentas digitais mais confiáveis, eficazes e de fácil acesso
Informações do portal SBT News