Você sabia que coçar exageradamente os olhos faz mal? Esse hábito pode provocar uma doença ocular denominada de ceratocone, que danifica a estrutura da córnea.
Para abordar o problema, uma campanha intitulada “Junho Violeta“, reforça sobre a importância da conscientização relacionada à doença.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o problema atinge uma a cada duas mil pessoas no país e, por ano, afeta cerca de 150 mil brasileiros. O problema agrava-se na medida em que falta o acompanhamento médico especializado, alerta o oftalmologista Marcelo Vilar.
O oftalmologista explica que o ceratocone é uma doença que pode ter início no final da adolescência ou no início da idade adulta. Alerta, também, que crianças com quadro grave de alergia ocular podem apresentar ceratocone ainda na infância.
Marcelo destaca que a coceira ou a alergia nos olhos estão entre os principais fatores nos portadores do ceratocone. A doença, segundo ele, é diagnosticada com exames que avaliam a curvatura e espessura corneanas. Os principais são a topografia (ou ceratoscopia) de córnea e a tomografia de córnea.
Quais são os sintomas do ceratocone
Os principais sintomas do ceratocone são baixa de visão que não melhora totalmente com o uso dos óculos, mudança brusca de grau (principalmente aumento do astigmatismo) e dificuldade de visão noturna. A coceira e atopia (hipersensibilidade ao ambiente, de origem genética) estão presentes em cerca de 20% dos pacientes.
Como é o tratamento do ceratocone
O principal objetivo dos tratamentos são a promoção de boa visão ao paciente, bem como a garantia de conforto no emprego dos recursos que serão utilizados para preservar a saúde da córnea e, consequentemente, a acuidade visual, segundo Marcelo.
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A primeira opção que o paciente recebe de tratamento é a prescrição de óculos, nos casos iniciais da doença. A partir do momento em que os óculos não conseguem fornecer uma acuidade visual satisfatória, a lente de contato para o ceratocone é a próxima alternativa.
Crosslinking da córnea é um tratamento cirúrgico desenvolvido com a finalidade de aumentar a resistência corneana, aumentando com isso sua estabilidade para o ceratocone em progressão.
Outra alternativa citada é o chamado Anel de Ferrara. O tratamento está indicado, principalmente, para os portadores de ceratocone primário, pós- ectasias de cirurgia refrativa, alguns casos de pós-operatórios de transplante de córnea, intolerantes a lentes de contato ou com irregularidades acentuadas da córnea.
Finalmente, quando o ceratocone encontra-se em estágios avançados e, nenhum dos tratamentos acima é indicado a sua correção, o paciente é submetido ao transplante de córnea.