Dermatologistas do Paraná promovem campanha contra dermatite atópica

A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Paraná (SBD-PR) lançou em setembro a campanha de conscientização sobre a dermatite atópica (DA). Além de trazer mensagens sobre tratamentos e de combater estigmas ligados à dermatose, a mobilização dos dermatologistas paranaenses é marcada pelo foco sustentável, pois o material informativo será totalmente divulgado em ambiente digital.

Foto: Adobe Stock

Com o slogan “Dermatite atópica: ouça seu corpo”, a campanha ocorrerá até o dia 30 de setembro, período em que se celebram duas datas importantes relacionadas à DA: o Dia Mundial de Conscientização da Dermatite Atópica (14/09) e o Dia Nacional de Conscientização sobre Dermatite Atópica (23/09).

A iniciativa da entidade médica incluirá a postagem de conteúdos nas redes sociais, a sensibilização da população e a divulgação de dados que auxiliam o público a compreender o desafio de se diagnosticar a patologia, conforme destaca a coordenadora da campanha, a médica Adriane Reichert Faria.

“O nosso trabalho é trazer informação para ajudar os portadores a superar a doença. É um momento de refletirmos também sobre a necessidade de excluirmos de nossas vidas tudo aquilo que nos faz mal, fatores prejudiciais que servem de gatilho para tirar o equilíbrio da mente e do corpo. Cumprimos assim a nossa missão de estimular a qualidade de vida de um modo mais amplo, tanto quanto à saúde física quanto no que toca à preocupação com o planeta”, ressalta.

A inovação que marca a campanha sustentável é a distribuição de sementes de margaridas em um “papel semente”, com instruções do plantio e explicações sobre os sinais da DA. Quem receber o cartão de papel semente poderá também acessar, por meio do QR Code, um conteúdo especial digital sobre a dermatite atópica. Basta apontar a câmera do celular para o código para conferir o material.

O que é dermatite atópica

Doença genética, crônica e não contagiosa, a dermatite atópica apresenta sintomas como pele seca e erupções que coçam, causando a descamação da região afetada, sobretudo braços, joelhos e pescoço. Por serem as lesões muito visíveis, as pessoas acometidas com esse tipo de alergia podem ser alvo de preconceito, daí a importância de jogar luz sobre a temática para conscientizar a população.

“Diferentemente do que muitos pensam, a dermatite atópica não é contagiosa. Três em cada dez brasileiros acreditam que a DA é um problema que pode ser transmitido pelo contato direto. Essa percepção errônea mostra o preconceito com respeito à doença, que afeta de 15% a 25% das crianças e 7% dos adultos. As estatísticas foram levantadas no ano passado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio de pesquisa encomendada pela entidade ao Instituto Datafolha”, destaca Paula Schuavon, presidente da SBD-PR.

A DA tem tratamento, cuja prescrição dependerá da idade do paciente e da gravidade. Medicamentos anti-inflamatórios, aplicados diretamente na pele, cremes ou pomadas (corticosteroides e inibidores da calcineurina) são algumas das opções disponíveis, mas que somente devem ser usadas após cuidadoso exame clínico feito por dermatologista. É esse o profissional que vai apontar o tratamento adequado, ressalta a presidente da SBD-PR.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances do sucesso no tratamento. “Por vezes, o quadro da dermatite atópica não é identificado por médicos de outras especialidades. A campanha da SBR-PR intensifica as ações de esclarecimento para o público em geral e também entre os profissionais da medicina”, conclui Adriana.

Confira o tira-dúvidas sobre a doença.

A dermatite atópica (DA) é contagiosa?

Não. A DA é uma doença crônica e hereditária que causa inflamação da pele, levando ao aparecimento de lesões e coceira. Não é contagiosa e sua causa exata é desconhecida.

A patologia costuma ocorrer entre pessoas da mesma família, juntamente com a asma ou a rinite alérgica.

O que provoca a DA?

A dermatite atópica pode surgir ou ser desencadeada por substâncias que provocam reações alérgicas, como as presentes nos pelos de animais de estimação; por condições ambientais, como roupas que provocam coceira; ou por emoções, como o estresse.

Embora o problema permaneça durante toda a vida, os sintomas podem desaparecer à medida que a pessoa envelhece, mas a pele continuará seca e sensível.

Quais os sintomas?

Prurido constante, que leva a ferimentos pelo ato de coçar-se. Pode haver: áreas avermelhadas com lesões ou até áreas espessas, que surgem após períodos de coceira prolongada.

A coceira pode levar a ferimentos na pele, o que facilita a contaminação das feridas por bactérias, principalmente o Staphylococcus aureus.

Entretanto, infecções por outros agentes podem ocorrer, como as causadas por vírus, principalmente do Herpes simples, causando um quadro denominado erupção variceliforme de Kaposi. Infecções fúngicas também podem ocorrer na pele do portador.

Quais os cuidados?

Devido à pele ressecada, é aconselhável usar emolientes ou hidratantes. Pacientes devem ser orientados a aplicar esses produtos várias vezes ao dia.

Banhos quentes devem ser evitados, optando-se por água morna e com tempo curto, pois a água quente resseca ainda mais a pele. Também se deve optar por sabonetes mais suaves, sintéticos que respeitam o pH da pele.

Quais os medicamentos hoje disponíveis contra DA?

Na maioria dos casos, o tratamento envolve o uso de medicamentos tópicos, aqueles aplicados diretamente sobre a pele ou couro cabeludo. Normalmente, é empregado um creme ou uma pomada de cortisona (ou esteroide), mas seu uso deve ser restrito, devido aos seus efeitos colaterais. Em algumas situações, são necessários cremes com diferentes concentrações de esteroide para áreas distintas da pele e para idades diferentes.

Outras medicações que não envolvem os corticosteroides podem ser utilizadas em associação a eles ou separadamente, como os derivados da calcineurina.

A fototerapia é bastante eficaz no controle do eczema, porém pode não estar facilmente disponível.

Nos casos mais graves, os pacientes poderão precisar de medicações orais, incluindo corticoides, imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate, entre outros. Já em casos de complicações, como infecções secundárias, é indicado o uso de antibióticos.

Quais fatores podem agravar ou desencadear a dermatite atópica?

1) sudorese excessiva (ambiente quente, variações repentinas de temperatura e roupas quentes);

2) baixa umidade no ambiente (aumenta o ressecamento da pele);

3) roupas de lã, tecidos sintéticos e ásperos (aumentam o prurido);

4) banhos longos com água quente (ressecam a pele);

5) uso de sabonetes em excesso associado ou não ao uso de buchas;

6) situações de estresse (aumentam o prurido).

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