Indústria de alimentos saudáveis preza por conduta sustentável em ciclo produtivo

Realidade indiscutível: a preocupação com a sustentabilidade e a – consideravelmente nova – expressão “eco ansiedade”, que revela a preocupação da sociedade pela utilização consciente dos recursos naturais do planeta, vieram para ficar. O Euromonitor International, empresa global que dita as tendências de consumo, listou os dez principais comportamentos dos consumidores em 2022 e, encabeçando as primeiras posições do ranking estão a preocupação dos consumidores em adquirir produtos com certificação de origem local, priorizando os pequenos produtores, bem como o ativismo ambiental visando à economia “net zero”. Em outras palavras, as empresas e organizações têm se transformado em agentes do clima e suas atividades devem alcançar a neutralidade de carbono. Para isso, setores da economia têm investido em iniciativas que validem esse conceito em seus negócios e instituições, e as indústrias alimentícias fazem parte deste movimento com a chamada Gastronomia Sustentável. 

Foto: Pexels/ Trang Doan

De acordo com a gerente de P&D, Melissa Carpi, o conceito abrange o consumo de alimentos nutritivos e funcionais e os impactos causados pelo consumo alimentar, como o desperdício de comida, consumo consciente de ingredientes que não estejam em risco de extinção, coleta seletiva e reaproveitamento de alimentos. “A gastronomia sustentável é um conjunto amplo de práticas que promovem melhorias não só na qualidade de vida das pessoas, mas, também, trazem benefícios ao meio ambiente”, pontua. Esse movimento compreende toda a cadeia produtiva da indústria alimentícia: coleta consciente dos ingredientes respeitando a época e o meio ambiente, uso de energia, destinação correta de resíduos, diminuição de resíduos, coleta seletiva, reaproveitamento dos insumos, etc. 

Reduzir as perdas e o desperdício de alimentos é essencial, especialmente em um país onde a insegurança alimentar cresce cada vez mais. No último Índice de Desperdício de Alimentos 2021, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),  17% do total de alimentos disponíveis aos consumidores foram descartados. Mundialmente, cerca de 14% dos alimentos se perdem entre a colheita e a venda. No caso de frutas e vegetais, o índice é ainda mais grave, ultrapassando 20%. O movimento de gastronomia sustentável é capaz de promover o desenvolvimento agrícola e a produção consciente de alimentos, além de fortalecer a conservação da biodiversidade e a segurança alimentar das comunidades. “No dia a dia, as pessoas podem promover essas ações ao apoiar a produção orgânica, escolher fornecedores locais e criar receitas que aproveitem os alimentos integralmente”, complementa a gerente da Jasmine Alimentos.

Iniciativas sustentáveis: de olho em toda a cadeia produtiva  

O Dia da Gastronomia Sustentável, celebrado em 18 de junho, busca promover e incentivar o consumo mais consciente em todo o mundo. “E comer bem de forma nutricionalmente saudável e equilibrada é só o começo”, explica a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo. Cabe lembrar que os alimentos não influenciam apenas a saúde das pessoas, mas também a terra, a água e os ecossistemas naturais. 

Ciente da sua responsabilidade social, a Jasmine observa o ecossistema em que está inserida, bem como os novos padrões de consumo e comportamento da sociedade, com atenção e procura por formas de melhorá-lo com iniciativas sustentáveis, percebidas pelas pessoas como parte da construção de um legado para o futuro. Dentre as principais ações, está a Estação de Tratamento de Efluentes gerados no processo produtivo. Desde 2016, a água da fábrica é tratada antes de ser devolvida ao meio ambiente, sem resíduos e descartes. 

Para o reaproveitamento de insumos que iriam para descarte, a Jasmine criou uma Central de Resíduos, a qual encaminha todos os produtos gerados no processo produtivo para uma empresa terceirizada que processa um mix e cria um produto destinado à produção de alimentação animal. “Fornecemos, em média, 16 toneladas de resíduos por mês para essa produção”, explica a gerente de qualidade da Jasmine, Sandra Serena. 

Alimentos em hold, termo utilizado pela indústria alimentícia que significa alimentos que estão dentro do prazo de validade, mas não podem mais ser comercializados, são doados para instituições sociais, evitando o desperdício. “Apenas em 2022, já direcionamos mais de 1.100 kg de alimentos”, cita a especialista de marketing da Jasmine, Indra Adimari. “Outro destaque interessante são nossos pães sem glútens. Os produtos são embalados preservando uma atmosfera protetora que prolonga o shelf-life, ou seja, a vida útil do alimento e evita o descarte”, complementa.

Ainda, a Jasmine renovou sua parceria com a eureciclo e, a partir de 2022, promove a destinação de 100% das embalagens com responsabilidade social, por meio de compensação ambiental. Entre as ações previstas está a logística reversa, com rastreamento, informação exata de resíduos que estão sendo reciclados e em quais cooperativas.

O cuidado e a atenção começam fora da fábrica: parceria com cooperativas agrícolas

Em uma iniciativa transformadora, a Jasmine Alimentos assinou em 2021 um acordo de cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Pacto Global (ODS) para aderir ao “Grupo de Trabalho da Cadeia Produtiva da Castanha-do-Pará 2030”, visando melhorar as condições de trabalho das pessoas que fazem o cultivo e a colheita do fruto, que é utilizado por muitas indústrias brasileiras. A iniciativa tem como propósito conscientizar empresas a adotarem ações de controle e orientação dos fornecedores para melhorar as condições de trabalho dos produtores.

Comprometida com a sustentabilidade ambiental e social, a empresa está adotando termos de due diligence com seus fornecedores. Ou seja, antes de fechar um contrato, a Jasmine faz uma análise detalhada do histórico e da reputação do fornecedor para determinar se a empresa está alinhada com os valores da campanha. Dentre as novas parcerias, a Jasmine adquire castanhas-do-pará orgânicas da “Sou Floresta em Pé”, que realiza extrativismo sustentável e consciente com indígenas e ribeirinhos locais. A cooperativa ainda financia um projeto de reflorestamento e recuperação ambiental, produzindo e plantando milhares de mudas na floresta Amazônica.

Ainda, o melado de cana orgânico da empresa paranaense vem da Cooperativa da Terra, e o milho orgânico é oriundo da Biorgânica, ambas cooperativas que baseiam suas práticas e seus métodos de agricultura orgânica, privilegiando o equilíbrio entre o uso de recursos naturais e a preservação do meio ambiente. 

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