O Brasil tem mais de 340 mil bebês nascidos prematuros por ano. O número equivale a 12% dos nascidos vivos e preocupa especialistas da área, porque é superior à média mundial de 10%. Estudos comprovam que os maiores índices de mortalidade infantil ocorrem antes de a criança completar um ano de idade. A prematuridade é a principal causa de óbitos nesta faixa etária.
Com a pandemia do coronavírus, aumentaram os riscos de mulheres gerarem bebês prematuros, como uma das complicações da própria doença. Além disso, por conta do medo e do afastamento social, grávidas deixaram de comparecer às consultas de pré-natal com medo de se infectarem, o que não é aconselhado pelos médicos.
Consultas e exames de pré-natal não podem ser interrompidos. Basta que sejam mantidos os protocolos de distanciamento social recomendados pelas autoridades sanitárias, pois eles são a garantia de um nascimento seguro, no tempo certo, advertem especialistas.
No Novembro Roxo, mês em que é lembrada a importância de se falar sobre a prematuridade, a pediatra Gislayne Nieto, responsável pelo Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Paranaense de Pediatria, alerta que é essencial proteger a maternidade.
Por conta de tal cenário, a médica explica que a entidade desenvolverá diversas ações, incluindo campanha pelas redes sociais, podcasts com especialistas de renome nacional na área e conscientização da sociedade.
Gislayne adverte que os cuidados especiais com o prematuro devem ter início na sala de parto. Neste ambiente, segundo ela, um em cada seis prematuros irão necessitar de ajuda para respirar; e um em cada 60 precisarão de medidas invasivas de reanimação. Tais indicadores, ressalta, tornam de extrema importância as presenças do neonatologista, do pediatra e de uma equipe integrada e treinada para prestar o suporte no atendimento.