UEM e empresa desenvolvem equipamento que detecta vírus da covid-19 em três segundos

Uma parceria científica entre a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a empresa Gluco Scan, também do município, resultou no desenvolvimento de um software que faz o diagnóstico da covid-19. Batizado de SpectroCheck, é um aparelho portátil analisador de espectro. Ele detecta em apenas três segundos a presença ou a ausência do coronavírus (Sars-Cov-2) em humanos.

Foto: UEM

Inédita, a tecnologia é capaz de ser uma ferramenta de triagem em massa da doença. O aparelho, que cabe na palma da mão, faz o escaneamento molecular da saliva contida na língua.

Os resultados de rastreamento ficam integrados à memória do aparelho, que tem tecnologia bluetooth, o que facilita a transmissão de dados a nuvens, computadores e smartphones.

Os pesquisadores alcançaram 83,87% de sensibilidade (capacidade de acertar o resultado positivo) e 91,07% de especificidade (capacidade de acertar o resultado negativo). São dados científicos bastante promissores para auxílio ao combate à pandemia da covid-19.

Testes

A testagem contou com aval prévio do Comitê Permanente de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (Copep) da UEM. O estudo, realizado entre 12 e 29 de maio, englobou 970 pessoas, sendo preservadas as identidades.

Os resultados positivos das amostras coletadas, interpretados por profissionais de saúde, foram submetidos à contraprova em um laboratório de Maringá por meio do exame padrão-ouro de RT-PCR.

Como funciona

O espectrofotômetro com o software SpectroCheckfaz o escaneamento molecular da saliva humana contida na língua. Não é invasivo ao paciente e recebe uma troca de filtro plástico transparente a cada uso, seguindo protocolos de biossegurança.

O Departamento de Estatística (DES) e o Programa de Pós-Graduação em Bioestatística (PBE) da UEM colaboraram na análise de dados e os testes de radiação seguiram um procedimento de um laboratório israelense, credenciado por uma associação dos Estados Unidos.

O coordenador do projeto, Dennis Armando Bertolini, professor do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina (DAB) e do Programa de Pós- Graduação em Ciências da Saúde (PCS) da UEM, explicou que para a realização do teste o aparelho é apontado para a língua a uma distância de 1 a 10 centímetros e emite um raio infravermelho, indolor, que transforma em gráfico digital a leitura da espectrometria de massa, método de análise óptico mais utilizado em investigações biológicas.

“Como a Covid-19, principalmente no início, atinge o trato respiratório superior, o vírus é detectado na boca e, consequentemente, na saliva humana”, explicou Bertolini. O detector coleta amostras espectrais de saliva em uma faixa de comprimento de onda de 740 a 1.070 nanômetros.

De acordo com informações contidas no relatório de validação do software, formulado pela UEM e a Gluco Scan, o teste não exige a apresentação de sintomas relacionados à covid-19 ou uma quantidade mínima de dias para a execução, bem como não apresenta resultado específico quantitativo sobre anticorpos relacionados ao mesmo, ou percentual quantitativo de carga viral positiva em pacientes contaminados.

Ou seja, a triagem confirma ou refuta a presença de partículas virais de Sars-Cov-2 na fase assintomática ou inicial da doença.

A empresa Gluco Scan notificou o SpectroCheck à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 7 de junho como software médico. A empresa está em tratativas para a disponibilização comercial da tecnologia.

Informações da AEN

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