Sempre on-line? Saiba por que esse hábito é menos inofensivo do que parece

Você responde e-mails do trabalho a qualquer hora do dia ou da noite? Sempre resolve alguma coisinha no seu horário de almoço ou depois do expediente? Não vê problema em responder mensagens de clientes aos domingos e feriados? Além disso, está sempre de olho nas redes sociais e no WhatsApp?

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Bom, você não está só. O número de pessoas usando a internet desde o começo da pandemia aumentou – só em 2020 no Brasil, o número subiu para 122 milhões de pessoas conectadas, segundo dados de um estudo da ComScore. Tem mais gente usando a internet, ficando mais tempo em casa, e o resultado é: 774.205 milhões de minutos de conexão, com 88% desse fluxo vindo dos smartphones.

É claro que, isolados em casa, tendemos a aumentar o número de horas assistindo filmes, séries e vídeos engraçados nas redes sociais, além de consumir mais música no streaming ou passar mais tempo escolhendo o que pedir no delivery. Mas essa alta na conectividade também tem um outro lado da moeda: o excesso de trabalho.

Produtividade ou excesso?

“No final do ano passado, percebi que eu estava no modo “Always On”, e parei para perceber que minha esposa também estava, que meus amigos, clientes e parceiros também estavam. Em uma conversa com um dos meus clientes, ele me disse “estou vivendo isso e não consigo parar para pensar como estou aguentando”, alerta Fellipe Guimarães, CEO da empresa de tecnologia Codeby.

A história é meio que a mesma para todo mundo: um e-mail depois do horário aqui, uma trabalhada a mais no final de semana, uma reuniãozinha acolá até mais tarde, e quando você vê, já foi engolido pelo Always On, ou “sempre online”. Em uma primeira análise, parece ok utilizar o tempo “que sobra” para dar conta de tudo. Mas não é bem assim.

As longas jornadas afetam a qualidade de vida, interferem no bem-estar físico e, claro, impactam a saúde mental. Quanto menos limites para separar a vida normal do trabalho, mais tênue fica a linha entre uma coisa e outra.

Em uma entrevista à rede BBC, a professora Elke Van Hoof, da Universidade de Bruxelas, apontou que essa resiliência e disponibilidade full time devem, em breve, dar lugar a um tsunami de desmotivação. Segundo a pesquisadora, apesar de continuarmos relativamente firmes enquanto atravessamos o que ela denomina como “o maior experimento psicológico da história”, o estresse e os transtornos relacionados ao esgotamento do coronavírus (coronavirus burnout) podem afetar cada vez mais pessoas. Mas temos como nos proteger disso ou minimizar esses danos?

E o que podemos fazer?

“Nós precisamos parar e pensar se a forma como estamos vivendo está sendo positiva ou se está apenas consumindo nosso tempo, saúde física e mental. Será que vale a pena passar tanto tempo online? Seja se divertindo ou trabalhando, ou apenas respondendo uma mensagem sobre o projeto que vai iniciar na quarta-feira que vem? Será que você não pode passar suas horas livres exclusivamente aproveitando a companhia da sua família, amigos, fazendo alguma atividade que você goste ou alimentando um hobby que você tinha quando mais novo, mas que se perdeu ao decorrer do tempo pela loucura que sua rotina se tornou?”, questiona Fellipe Guimarães, que atua em uma das áreas profissionais mais afetadas pelo burnout na pandemia.

Para fechar, ele deixa um conselho. “Pense em como você está levando a sua vida, procure ajuda de um profissional para te ajudar a lidar com o “Always on” e/ou Burnout, mas não deixe de viver uma vida incrível por estar preso digitalmente”.

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