Companhia curitibana realiza espetáculos com técnica milenar de Teatro de Papel

Uma técnica milenar de teatro chamada Kamishibai, também conhecida como Teatro de Papel, será apresentada em Curitiba, em formato online, nos próximos dias 19 e 26 de novembro, ambas às 19h. São dois espetáculos, produzidos pela Trágica Cia de Arte: “As Flores da Pequena Ida” e “A Pequena Vendedora de Fósforos”, histórias tradicionais escritas pelo dinamarquês Hans Christian Andersen e adaptadas por Inecê Gomes para o cenário curitibano. Os espetáculos serão exibidos pelo canal da companhia no Youtube e fazem parte de um projeto para levar a técnica para as escolas municipais da capital.

Reprodução/Instagram

Chamado Kamishibai nas Escolas, o projeto é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com apoio da Uninter. O objetivo do projeto é estimular a leitura e fomentar a contação de histórias por meio da linguagem teatral em alunos da rede municipal de ensino da capital.

As histórias

“As Flores da Pequena Ida” (1835), indicada para a Educação Infantil, narra a história de Ida, uma menina que não entende como suas lindas flores se tornaram pálidas, murchas e cansadas. Seu vizinho e melhor amigo, Francisco, lhe conta que as flores passaram a noite dançando em um baile e por isso estão exaustas. Ida decide colocá-las para descansar na cama de sua boneca Sofia. Mas, durante a noite, ela escuta barulhos e decide ver o que aconteceu.

Na história de “A Pequena Vendedora de Fósforos” (1845), indicada para crianças do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental, uma pequena menina tenta vender seus fósforos num dia frio, na véspera de Natal. Com esses mesmos fósforos, ela é capaz de ter as mais belas visões de esperança.

“As duas histórias foram escolhidas pela representação da criança e em que medida seus interesses e questionamentos podem ser valorizados, assim como os das crianças na atualidade acerca da fantasia em torno de temas polêmicos, a morte e o trabalho infantil”, destaca Jacques Beauvoir, uma das produtoras responsável pelo projeto.

O que é o Kamishibai

O Kamishibai é um miniteatro de madeira, tradicionalmente encenado sobre uma bicicleta, sendo que esta estrutura tem gavetas onde são guardadas lâminas desenhadas de uma história. Cada uma das lâminas refere-se a uma cena importante de cada história interpretada. A história é encenada a partir da narrativa oral, com auxílio de sonoplastia (fundo musical) pelas atrizes, que trocam as lâminas desenhadas (ilustrações) conforme a história passa.

A técnica nasceu no Japão e foi criada por monges budistas por volta do século XII. Por meio do Kamishibai, os monges instruíam seus discípulos e a população dos vilarejos, que era predominantemente analfabeta, sobre o comportamento humano. Com o passar dos séculos, artistas populares copiaram a ideia e criaram variações da caixa com rodas, ou com alças (para serem carregadas às costas), passando a apresentar-se em público, feiras e feudos do Japão. Durante o período Edo (1603-1867) e no Meiji (1868-1912), registrou-se uma variedade enorme de artistas de rua com performances de estilos variados, usando imagens e narrando, ou misturando a narrativa à uma interpretação teatral concomitante, como será realizado pela Trágica Cia de Arte.

Além de difundir em Curitiba esta forma milenar de teatro, o projeto é também uma ferramenta de ensino-aprendizagem para o professor. “A escolha deste estilo de representação teatral foi inspirada pelo seu caráter adaptável a espaços, pois pode ser apresentado nos pátios e salas de aula, sem recursos técnicos sofisticados. E sua forma, similar a uma contação de histórias, estimula o público infantil à leitura e à apreciação das artes cênicas”, explica Inecê Gomes, diretora da Trágica Cia de Arte.

Além das apresentações, a companhia também realiza oficinas, chamadas “Kamishibai: o Teatro de Papel na sala de aula”, ministradas por Inecê e Jacques. Cada oficina possui 20 horas/aula e são destinadas para professores da rede municipal. Os encontros são sempre às terças-feiras e vão até o dia 23/11. São 25 vagas para a turma da manhã (das 8h às 12h) e 25 vagas para a turma da tarde (das 13h30 às 17h30). “As datas e horários foram estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação, tendo como objetivo o professor enquanto agente multiplicador, que poderá utilizar essa técnica para estimular os alunos a leitura e na aplicação de conteúdos”, enfatiza Inecê.

Serviço

Projeto Kamishibai nas Escolas

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