Brasil joga mal e perde para Uruguai depois de 22 anos

Com a colaboração de Estadão Conteúdo

Por Marcos Antomil

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Foto: Vitor Silva/CBF

São Paulo, 17 (AE) – O Brasil teve uma terça-feira para esquecer nas Eliminatórias da Copa. A seleção jogou mal e perdeu para o Uruguai por 2 a 0 no Estádio Centenário de Montevidéu, a primeira derrota de Fernando Diniz no comando da equipe. O resultado fez os uruguaios derrubarem um tabu de 22 anos sem ganhar dos brasileiros.

Darwin Núñez abriu o placar no primeiro tempo, pouco antes de Neymar sair de campo com grave lesão no joelho. De la Cruz deu números finais ao jogo na etapa complementar.

A seleção brasileira sai dessa Data Fifa menor do que entrou. A empolgação com Fernando Diniz por causa das vitórias sobre Bolívia e Peru foi freada bruscamente com as atuações capengas diante de Venezuela e Uruguai. Houve muitos problemas na equipe, que não soube se movimentar de forma a envolver os adversários e criar lances de perigo para além das bolas paradas.

“A curto prazo temos de ser realistas: precisamos melhorar, é inevitável. O momento não é bom, temos de seguir crescer e implementar o estilo de jogo o quanto antes. Com a adaptação, jogaremos melhor”, analisou o capitão Casemiro após o duelo.

Diniz repetiu durante essa estada com a seleção que seu objetivo não era testar novos atletas. Por isso, manteve a base de Tite, com mudanças de peças pontuais, mas tentando alterar completamente o modelo de jogo brasileiro. Resta saber se o técnico do Fluminense insistirá nesse modelo ou passará a dar oportunidades a outros atletas antes de passar o comando para Carlo Ancelotti.

O Brasil volta a se reunir no mês de novembro para o que devem ser os últimos jogos oficiais de Diniz no comando da seleção, uma vez que em 2024 há apenas amistosos previstos para o primeiro semestre. No dia 16, em Barranquilla, a equipe pentacampeã mede forças com a Colômbia. No dia 21, o Maracanã será palco do grande clássico com a Argentina.

A partida começou com ares de tensão e constantes reclamações contra a arbitragem venezuelana. O Uruguai foi mais incisivo e pressionou a saída de bola, à la Diniz, da seleção brasileira, criando perigo nas proximidades da área. O Brasil produzia descidas esporádicas ao ataque, sempre em velocidade, tendo Vinícius Júnior como protagonista. Os dois times sequer chutavam a gol.

A seleção brasileira teve muitas dificuldades para reter a posse de bola ofensivamente e fez um jogo centrado em um único atleta ao longo do primeiro tempo. Se ante a Venezuela, Neymar tomou os holofotes para si, em Montevidéu foi Vini o regente da equipe. Desse modo, os momentos mais agudos do Brasil se reduziram a jogadas individuais. A marcação forte dos uruguaios, com passes interceptados e faltas excessivas, também impediu que o Brasil conseguisse encontrar soluções e boicotou a criatividade da seleção.

A proatividade uruguaia gerou bons frutos, ainda que no apagar das luzes da etapa inaugural. Em uma jogada pela esquerda, Maxi Araújo, em velocidade, ganhou da marcação e fez o cruzamento. Marquinhos errou na marcação, e Darwin Núñez anotou de cabeça o primeiro gol do jogo, na primeira finalização do duelo.

Neymar que vinha tendo uma atuação completamente apagada, se lesionou logo após o gol. O atacante torceu o joelho esquerdo e precisou ser substituído, saindo amparado pelos médicos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A suspeita é de uma contusão grave, mas exames de imagem poderão atestar o que ocorreu.

Com Richarlison no lugar de Neymar, Diniz tentou aumentar a presença brasileira no setor de ataque, recuando Gabriel Jesus e deixando o atacante do Tottenham como referência. Dada a desvantagem no placar, a seleção se soltou um pouco mais, mas ainda faltou objetividade. Repetindo o roteiro dos jogos com Venezuela e Peru, o Brasil apostou nos cruzamentos e bolas paradas.

Aos 24 minutos do segundo tempo apareceu o lance mais perigoso brasileiro contra a meta uruguaia. Rodrygo bateu falta de longe e a bola carimbou o travessão. Diniz abriu mão do lateral Yan Couto e colocou o atacante David Neres em campo. O efeito pouco pôde ser sentido, porque logo o Uruguai ampliou o placar.

Após cobrança de lateral em direção à grande área, os zagueiros do Brasil se atrapalharam e permitiram que Núñez, caindo, pudesse achar De la Cruz no meio da área. O meia do River Plate, que desperta interesse de Palmeiras e Flamengo, só teve o trabalho de estufar a rede em Montevidéu. Empolgados, os torcedores uruguaios passaram a gritar “olé” a cada vez que a equipe celeste tocava na bola.

Ficha técnica: Uruguai 2 x 0 Brasil

  • Uruguai: Rochet; Nández (Bruno Méndez), Ronald Araújo, Cáceres e Mathías Oliveira (Viña); Valverde, Ugarte e De la Cruz; Pellistri (Piquerez), Maxi Araújo (Vecino) e Darwin Núñez. Técnico: Marcelo Bielsa.
  • Brasil: Ederson; Yan Couto (David Neres), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Carlos Augusto (Guilherme Arana); Casemiro, Bruno Guimarães (Raphael Veiga) e Neymar (Richarlison); Vinícius Júnior (Matheus Cunha), Rodrygo e Gabriel Jesus. Técnico: Fernando Diniz.
  • Gols: Darwin Núñez, aos 42 minutos do primeiro tempo; De la Cruz, aos 31 minutos do segundo tempo.
  • Cartões amarelos: Gabriel Jesus, Ederson, Casemiro, Rodrygo, Nández, Ronald Araújo, Darwin Núñez e Matheus Cunha.
  • Árbitro: Alexis Herrera (VEN).
  • Local: Estádio Centenário, em Montevidéu.
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