Uma mulher transexual foi covardemente agredida enquanto entregava panfletos em uma rua no centro de Natal, no Rio Grande do Norte. A vítima foi atingida por um soco e o criminoso, que tem várias passagens policiais e confessou o crime, foi liberado após a violência, flagrada por câmeras de monitoramento.
Com medo, Luara Betys está com medo de voltar a trabalhar e teme pela própria vida. A vítima prestou depoimento na manhã da última quinta-feira (2) na Central de Flagrantes da zona sul da capital, ao lado de um advogado.
Por conta da agressão, a panfletista terá que passar por uma cirurgia após ter uma das veias nasais rompida. A mulher trabalha no local há pouco mais de um mês. O agressor, identificado como Felipe Ribeiro de Araújo, foi encaminhado à delegacia e foi liberado após confessar o crime.
O advogado da vítima vai pedir uma medida protetiva baseada na Lei Maria da Penha, em caráter de urgência, pois o criminoso foi visto circulando novamente no local da agressão. Ele responde por outros processos, todos cometidos em 2021.
Segundo a Polícia Civil, o agressor é “de alta periculosidade” e em julho foi flagrado exibindo os órgãos genitais supostamente na frente de uma criança. Em setembro, foi acusado de ameaça e, um mês depois, foi preso por porte ilegal de arma.
O Brasil é o país que mais assassina pessoas trans em todo o mundo. Ainda no primeiro semestre, 80 mulheres trans e travestis foram mortas, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). A violência, no entanto, pode ser ainda maior, já que muitos casos não são notificados e não existem dados oficiais que possam listar o número real de assassinatos.
Informações do SBT News