Após uma consulta médica, a mãe de uma adolescente de 16 anos registrou um boletim de ocorrência contra um médico por abuso sexual. A situação, que aconteceu em novembro, começou quando a menina foi até a Unidade de Saúde Cândido Portinari, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, porque estava com dor de garganta. Ela estava acompanhada do namorado.
Ao chegar no local, eles foram informados que apenas ela poderia entrar na sala. Ao ser chamada pelo médico, a adolescente foi até o consultório e percebeu que ele trancou a porta. No entanto, ela achou que fosse o procedimento.
Em entrevista à Rede Massa, ela relata que, no momento em que o médico foi examinar sua garganta, ele disse: “vou colocar o pauzinho na sua boca”. Depois, ele começou a dar tapas leves no rosto da adolescente. Nesse momento, a menina diz que percebeu que algo estava errado, mas não conseguiu reagir.
Segundo o relato, ele ainda pediu para ela deitar e puxou a calça dela para baixo. Perguntou se ela era virgem, se frequentava a igreja, morava com o pai e se tinha namorado. No fim da consulta, a jovem conta que o médico a puxou para perto, no que ela acredita que tenha sido uma tentativa de agarrá-la.
Ao chegar em casa, a adolescente contou para a mãe tudo o que havia acontecido. Quando soube, a mãe ligou para a polícia e foi orientada a fazer um boletim de ocorrência no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).
Médico já tem outra denúncia
Entretanto, esse não é o primeiro boletim registado contra o médico. Em 2015, na cidade da Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba, uma mulher também o denunciou por abuso sexual.
Nesse boletim, a vítima relata que entrou sozinha na consulta, pois não havia nenhuma enfermeira para acompanhá-la. Ao entrar na sala, ela contou ao médico o histórico de infecção urinária e disse que estava com dores nas costas e na barriga.
“O médico falou que queria ajudar a declarante, mas que ela teria que confiar nele. Então, pediu para que sentasse na maca e examinou a parte das costas da declarante, depois pediu para deitar e abrir um botão da calça. Ele colocou uma luva. Com a calça fechada, chegou até a vagina da declarante e introduziu o dedo e permaneceu um tempo anormal, movimentando o dedo em várias posições”, diz trecho do boletim.
A denúncia ainda relata que quando a mulher ficou em pé, o médico disse que faria o exame na parte de trás. Ele a empurrou com força e fez um toque no ânus da paciente.
Ao sair da consulta, a vítima conversou com o marido, que trabalhava em um hospital da cidade. Ela contou o que aconteceu e ele revelou que já tinha ouvido comentários que esse médico teria assediado outras funcionárias do hospital.
Posicionamento da Prefeitura de Curitiba
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba afirmou que o médico seguirá afastado das funções enquanto durarem as investigações. Se for comprovada a denúncia, ele irá responder pelo crime junto ao Conselho Regional de Medicina.
A Rede Massa procurou o médico, mas ele não quis dar entrevista ou comentar as denúncias.
Colaboração Bruna Froehner/Rede Massa.