Clube de Xadrez Erbo Stenzel tem portas abertas para apaixonados pelo tabuleiro

O Clube de Xadrez Erbo Stenzel, da Fundação Cultural de Curitiba, é um espaço de encontro de gerações. Entre jogadores amadores, intermediários, avançados e até um Grande Mestre Internacional, o ambiente acolhe interessados pelo esporte que estão iniciando ou que queiram se aprofundar em suas múltiplas possibilidades de partidas.

Foto: Cido Marques

Localizado na Galeria Júlio Moreira, 202, São Francisco, ao lado do Largo da Ordem, o local fica aberto de segunda a sexta-feira, das 12h às 21h, e aos domingos, das 9h às 13h. A entrada no ambiente é gratuita, bem como a participação em torneios promovidos pela casa.

Entre as atividades oferecidas, estão aulas de nível básico de xadrez, palestras com jogadores experientes, torneios semanais e a prática diária, tudo gratuito. “O xadrez tem a ver com educação, esporte e cultura. É uma atividade multidisciplinar que acompanha o desenvolvimento da história humana”, explica Wilson da Silva, coordenador do Clube de Xadrez Erbo Stenzel.

Começando o jogo

Quando surgiu, em 1984, o Erbo (como o clube é conhecido) tinha apenas uma mesa – uma tábua sobre cavaletes –, tabuleiros e peças. O nome é uma homenagem ao artista Erbo Stenzel, que além de escultor foi um exímio enxadrista.

Uma das figuras marcantes que faz parte dessa trajetória é Jaime Sunye, segundo enxadrista do Brasil a conquistar o título de Grande Mestre (maior título do esporte). Sunye participa desde os primeiros anos da comunidade e frequenta a casa até os dias atuais. (Leia abaixo o depoimento desta lenda do xadrez nacional)

Desde sua criação, uma comunidade de amantes do jogo se formou em torno do Clube, que é frequentado diariamente. Além da prática e do convívio, o esporte é um excelente estímulo para mente e corpo.

“O xadrez proporciona a criação de sinapses, diversas áreas do cérebro são ativadas. Para praticá-lo, é necessária muita organização do pensamento. Por isso que dificilmente os grandes jogadores desenvolvem doenças neurodegenerativas”, explica Wilson.

Além disso, ele é também uma prática social – todos competem igualmente, porque o cérebro é o principal órgão do jogo. “É um esporte de disciplina e estudo, e o retorno é proporcional ao investimento: se você perder um torneio, é porque você se dedicou menos que o adversário. É uma noção de que se você se esforçar, você vai para frente”, afirma.

Peças na mesa

Um dos serviços ofertados pelo Clube Erbo Stenzel é o curso de nível básico, indicado para qualquer pessoa que deseja se iniciar no xadrez. São quatro aulas gratuitas (uma por semana), geralmente individuais e em horários flexíveis, para aprender os conceitos fundamentais do esporte, como o movimento das peças.

Ultrapassada a barreira do nível básico, o aluno pode começar a frequentar o Clube e aprender mais sobre a teoria e a prática jogando contra outros jogadores, lendo os livros do local e analisando partidas. Para agendar uma aula, ligue no telefone 3323-7899.

O Clube também realiza torneios semanais de participação gratuita (inscrição na hora):

  • Copa Sunyer (presencial) – quinta-feira e sexta-feira, das 19h às 20h
  • Torneio Clube de Xadrez Erbo Stenzel (presencial) – domingo, das 11h às 12h
  • Copa Direne (on-line) – terças-feiras e quartas-feiras, às 19h
  • Jogada de mestre: depoimentos de frequentadores do Clube de Xadrez Erbo Stenzel:

“Quando o Erbo foi criado, nós tínhamos poucos espaços para jogar xadrez. A gente queria um lugar público, para praticar e reunir os apreciadores do jogo.

Várias gerações de enxadristas se formaram no Clube. Ele também virou um espaço de difusão do conhecimento na cidade. Tornou-se um grande centro de xadrez. A gente vê muita gente jogando no Erbo, e isso faz a diferença.

Eu comecei a praticar xadrez em 1970, na Biblioteca Pública. Até os 12 anos eu frequentava o local. A gente aprendia a jogar lendo os livros e vendo os outros jogarem. O aprendizado seria bem mais rápido se houvesse alguém orientando, como acontece no Clube de Xadrez Erbo Stenzel.

Para contribuir com a comunidade, eu tento comentar sobre temas, fazer palestras, explicar como funciona, passar teorias mais aprofundadas. Conto histórias sobre o xadrez como forma de preservá-las. Se a gente deixar só para os clubes pagos, a prática fica limitada. Para praticar xadrez, basta o espaço, as mesas e as pessoas para jogar.”

Jaime Sunye – 64 anos, Grande Mestre Internacional de Xadrez

“Faz 6 ou 7 anos que eu comecei a frequentar o Clube, incentivado por um conhecido da área de literatura. Eu fiquei fascinado com o esporte, e comecei a pedir algumas aulas informais. Fui aprendendo, e agora tento jogar.

Costumo brincar dizendo que infelizmente conheci tarde o xadrez. Sou escritor e cartunista. Fiquei encantado pelo movimento das peças, especialmente o cavalo. A maneira como eu vejo as linhas e me relaciono com os desenhos lembram muito os movimentos do jogo. Ele parece que dança pelo tabuleiro, e isso é incrível.

Eu descobri que o xadrez relaxa a minha mente. Quando comecei a jogar, precisei ficar muito concentrado. E isso me relaxa, porque tenho que pensar em tanta coisa, que é como se a minha energia estivesse esvaindo. Para mim, não é o ganhar que importa, é o jogar.”

Nilo Trovo – 42 anos, frequentador

“Comecei a jogar xadrez aos 13 anos e nunca parei. Eu vim de Santa Catarina para Curitiba em 2012. Aqui na cidade comecei jogando na Biblioteca Pública. Lá, eles me sugeriram o Clube de Xadrez Erbo Stenzel.

Em Santa Catarina, tinha duas coisas que eu gostava de fazer, que eram jogar futebol e jogar xadrez. Como jogar futebol é complicado, porque precisa reunir muita gente, eu acabei ficando mais com o xadrez, que só precisa de duas pessoas.  

Para mim, funciona quase como uma terapia, para ocupar a mente – é um hobby. Quando tem torneio a gente enfrenta jogadores muito bons. Raramente ganhamos, mas eles sempre nos ensinam e dão dicas. Aqui somos uma família.”

Heverton Paulo Hauth – 33 anos, frequentador

As informações são da Prefeitura Municipal de Curitiba.

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