O advogado Nilton Ribeiro apresentou o motorista Clebson Pedrosa, 35 anos, na Delegacia de Delitos de Trânsito, em Curitiba, na manhã deste sábado (5). Pedrosa está envolvido no grave acidente que ocorreu na última quarta-feira (2) na BR-277, região do bairro Uberaba.
Dirigindo um Nissan Sentra, ele bateu na traseira de um Ford Ka e foi embora sem prestar socorro. Com a força do impacto, o Ford Ká, ocupado por quatro mulheres e uma criança, foi lançado contra a mureta de proteção da rodovia e só parou depois de capotar na altura do km 81. Das cinco vítimas, apenas o menino ficou em estado grave após ser ejetado. Ele foi levado às pressas ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde de quinta-feira (3).
O depoimento começou às 10 horas e durou por cerca de duas horas. De acordo com Pedrosa, ele estava dirigindo na pista da direita quando, inesperadamente, o Ford Ka saiu da pista da esquerda e entrou em sua frente. Ele disse que freou, mas não conseguiu parar a tempo.
O motorista alega que não havia bebido e que estava na velocidade permitida da via, aproximadamente 80 km/h. Ele também relatou que estava voltando da casa de parentes, que haviam perdido dois familiares, um vítima da covid-19 e o outro que cometeu suicídio.
Em entrevista aos jornalistas, Pedrosa disse que após o acidente ficou em choque e que saiu do local por medo, pois algumas pessoas começaram a cercar o seu veículo.
Emocionado, expressou respeito aos familiares. “Eu sou pai de família, não sou assassino. Eu também tenho um filho. Eu sinto muito pela família, eu peço perdão”, disse.
O advogado Nilton Ribeiro afirmou que Clebson se apresentou na delegacia conforme havia sido combinado e que está à disposição das autoridades.
“Ele foi tentar consolar os parentes de uma tragédia e, ao voltar para casa, aconteceu outra tragédia. É realmente um fato muito triste. Esse não é o momento de falar em estratégia de defesa, é o momento de prestar respeito pela família da criança que faleceu”, disse o advogado.
Ribeiro citou as câmeras de segurança que existem no local e acredita que elas podem ser usadas para provar o depoimento do cliente. O advogado falou que é muito cedo para afirmar alguma coisa sobre o processo. Ele explicou que agora cabe ao delegado analisar as provas e decidir se Clebson será indiciado.
Entre os processos possíveis, Pedrosa pode responder por omissão de socorro e homicídio culposo, além de outros crimes.