Detentos de Londrina conseguem vagas em universidades públicas com Enem

O Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) auxiliou 958 detentos de 33 unidades prisionais do Estado a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (ENEM-PPL) no mês de fevereiro. Destes, cinco presos de unidades prisionais de Londrina conseguiram vagas em primeira chamada no Sistema de Seleção Unificado (SiSu) nas universidades Estadual de Londrina (UEL) e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), nos cursos de Pedagogia e Engenharia de Alimento, Ambiental e de Materiais. A lista dos candidatos selecionados foi divulgada pelo Ministério da Educação (MEC).

Foto: Depen/PR

“O Enem-PPL é uma importante estratégia para a elevação de escolaridade das pessoas privadas de liberdade”, afirma o diretor-geral do Depen, Francisco Caricati. Ele lembra que, assim como o Enem Nacional, a nota deste exame permite que essas pessoas tenham acesso à educação superior por meio dos programas de financiamento estudantil, como o Sisu e o Prouni, ou apoio à educação superior do governo federal.

A última edição do ENEM-PPL teve inscrição de 1.644 detentos. No entanto, devido à pandemia do coronavírus, algumas unidades deixaram de aplicar o exame para evitar o contágio e a propagação do vírus. Portanto, somente 958 detentos fizeram a prova. 

Ações educacionais

Em todo o Paraná, 45 detentos cursam Ensino Superior, presencial ou a distância. São 10 unidades prisionais do Paraná com indivíduos estudando em universidade ou faculdade. Dezessete tiveram acesso pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni), 14 pelo processo de vestibular e dois pelo SiSu. Os principais cursos são Letras (11), Administração (4), Direito (3), Educação Física (5), Serviço Social (3) e Serviços Jurídicos e Notariais (3). 

A instituição que mais tem detentos cursando é a UEL (12), seguida do Centro Universitário Claretiano (10) e Faculdades Integradas Norte do Paraná – Unopar (6). Também há matriculados na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) e Faculdade Pitágoras – Centro Universitário Filadélfia (Unifil).

O número de detentos matriculados no ensino superior, público ou privado, tem crescido com o passar dos anos. Muito se deve ao incentivo nas unidades. Atualmente, todos os estabelecimentos prisionais possuem salas de aula, professores da educação básica e acervos bibliográficos. Além disso, 18 unidades contam com laboratórios de informática, onde é possível acessar os cursos de qualificação profissional e superiores a distância.

Segundo a pedagoga da PEL2, Miriam Medre Nobrega, o apoio das unidades penais com os estudos tem dado retorno positivo. “Além de cumprir com a parte social, de ressocialização, percebemos que os presos se sentem valorizados e capazes de conseguir a aprovação em uma instituição concorrida como a UEL. O feedback que as universidades têm nos dados é que eles são comprometidos e tiram notas boas”, afirma.

Enem-PPL

O Exame Nacional do Ensino Médio Para Privados de Liberdade é ofertado desde 2010 em unidades prisionais e socioeducativas de todo o Brasil. Há um edital específico para as prisões, com datas de aplicação das provas diferentes das aplicadas ao restante da população. Com os resultados dos vestibulares e das provas classificatórias, cabe ao Poder Judiciário conceder a autorização para que os detentos possam iniciar as aulas no ensino superior.

Informações da Agência Estadual de Notícias

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