Polícia suspeita que mulher que raptou bebê mentiu no primeiro depoimento

Os investigadores do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) trabalham para descobrir se a mulher que tentou raptar um bebê no Hospital do Trabalhador, em Curitiba, falou a verdade no primeiro depoimento que prestou após ser presa. Talita Meireles foi flagrada pelas seguranças da unidade hospitalar tentando sair com o recém-nascido e, no depoimento alegou que estava grávida e teria sofrido um aborto.

Reprodução/Rede Massa

Na versão da suspeita, ela teria passado por um surto e teria agido sem pensar. No entanto, as primeiras informações apuradas pela Polícia Civil podem indicar que a mulher mentiu sobre essa versão. Ao delegado de plantão que colheu o depoimento da mulher logo que ela chegou à delegacia, Talita contou que foi até uma unidade de saúde e a equipe médica a orientou a procurar um hospital para fazer a raspagem devido à perda do filho. E é justamente essa versão que levanta suspeitas na polícia.

“Ela disse que estava gravida e que teria sofrido um aborto, e que no dia 27 de junho ela teria passado por um procedimento de curetagem na Maternidade Curitiba. Estivemos lá e isso não ficou comprovado (…). Lá constam pelos dados da maternidade de que ela nunca esteve internada neste hospital”, destaca a delegada Ellen Victer, do Nucria. Diante dessa primeira incongruência, a polícia agora tenta identificar se Talita realmente estava grávida e, para isso, consulta o sistema da Secretaria Municipal de Saúde.

Até que essa informação seja comprovada, o Nucria não exclui nenhuma linha de investigação. “A gente acredita que ela possa não ter estado grávida, talvez uma gravidez psicológica, ela queria muito ter um filho e não conseguia por algum motivo engravidar e criou essa história na cabeça dela, essa é uma linha de raciocínio”, esclarece a delegada, acrescentando que outra versão que também é considerada pela polícia é de que ela esteve mesmo esperando um filho e sofreu o aborto.

A investigação também apontou que Talita registrou um boletim de ocorrência contra o marido no mês passado acusando-o de agressão e violência doméstica. “O esposo dela foi acusado de ter agredido ela fisicamente. Consta a informação de que ela estava grávida, mas a informação foi dada por ela mesma, então não sabemos dizer se realmente é verdade”, completa Ellen. A polícia também considera que a suspeita possa ter perdido o bebê durante essas agressões.

O Nucria ainda quer saber se Talita conhecia a estrutura do hospital, os acessos e se teve ajuda de outras pessoas para conseguir entrar no local. “Tem muita coisa a ser feita, a análise das imagens das câmeras de segurança, oitivas de diversa testemunhas, e o que também nos interessa muito é o retorno da Secretaria de Saúde de Curitiba e de Colombo com informações sobre o pré-natal dela”, acrescenta a delegada.

Ellen Victer também ressalta que caso seja verdadeira a versão que ela deu originalmente, de que o ato que ela praticou tenha sido cometido durante um surto provocado pelo trauma de ter perdido um filho, isso não impede que ela seja punida pelo crime que cometeu. “Apenas vamos investigar melhor pra saber qual a exata motivação, como os fatos aconteceram efetivamente, o modus operandi, pra gente conseguir qualificar e tipificar no exato crime que ocorreu”, completa.

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