No Paraná, o interesse da população por assuntos relacionados à covid-19 dobrou entre 2020 e 2021. Um levantamento da Ouvidoria-Geral, que integra a Controladoria-Geral do Estado (CGE), divulgou o balanço do primeiro semestre deste ano e comparou as médias mensais dos números de contatos feitos pela população. O tema mudou e perguntas sobre vacinas e informações sobre a doença são os assuntos mais abordados ultimamente.
Em 2020, a primeira manifestação sobre a covid-19 foi registrada em 19 de fevereiro. O texto denunciava a suspeita da doença em um garoto que tinha voltado da China e faltara à aula por estar com febre. Desde daquele dia, foram 55.932 manifestações sobre o assunto na Ouvidoria-Geral, 25.585 no ano passado e 30.347 desde janeiro neste ano.
Para se obter parâmetro equivalente, foram comparadas as médias mensais das manifestações recebidas, que, no ano passado, foi de 2.437. Em 2021, esse número subiu mais que o dobro, alcançando o patamar de 5.058. “Enquanto as primeiras manifestações indicavam medo e preconceito, hoje refletem a preocupação com a vacinação e com a autopreservação. Essa evolução foi positiva”, explicou o coordenador da Ouvidoria-Geral do Estado, Yohhan de Souza.
Ele acrescentou que a Ouvidoria concentra os registros de 72 ouvidorias instaladas em órgãos do Poder Executivo estadual, inclusive os da Secretaria da Saúde. Outras áreas que também aparecem no levantamento são segurança pública e educação, além de trânsito, transportes e Fazenda.
Fura-filas
A Ouvidoria-Geral recebe manifestações registradas em todas as ouvidorias e não apenas na Secretaria da Saúde. As denúncias de fura-filas, de acordo com o coordenador, estão mais esparsas, mas continuam chegando. Na atualização de quarta-feira (28), havia 1.001 registros em metade dos municípios (199). Todas as denúncias são encaminhadas para o Ministério Público, por meio da parceria entre CGE, Secretaria estadual da Saúde e MP.
“Colocamos à disposição nossa estrutura para receber manifestações da população, mas não temos a estrutura para investigar os casos nem a possibilidade de questionar a administração municipal”, disse Souza.
Ele ressaltou que a denúncia pode ser feita por qualquer canal da Ouvidoria, mas que é preciso embasamento e dados concretos, como nome da pessoa vacinada; data, hora e local da aplicação da dose. Se possível, acrescentar a identificação de quem aplicou a vacina e anexar foto ou outro documento de comprovação.
Comportamento
De todas as manifestações relacionadas ao enfrentamento da covid-19, 66,3% foram solicitações de informações diversas; 20,6% foram denúncias e 10,2% referentes a reclamações. Sugestões, elogios e pedidos de acesso à informação ficaram em torno de 1% cada.
Também chama a atenção a preferência do cidadão por usar o telefone (32%), seguido de WhatsApp (30%) e Internet (29,8%). Disponível apenas em algumas ouvidorias, o chat (bate-papo virtual) responde por 3,5%, enquanto a procura pelo serviço por carta ou fax e e-mail ficou em 1,7% e 1,8%, e a visita pessoalmente à ouvidoria, 0,8%.
Serviço
Ouvidoria-Geral do Estado
Endereço: Rua Mateus Leme, 2018 – Centro Cívico – Curitiba. (Evite procurar o serviço presencialmente)
Telefone: 0800 041 1113
WhatsApp: (41) 3883-4014
Internet: Ícone “Fale com o ouvidor” ou “Ouvidoria”, disponível em todos os sites do Governo do Estado
Informações da Agência Estadual de Notícias