Museu do Holocausto diz que sobrevivente se aplica a perseguidos

O Museu do Holocausto de Curitiba se manifestou a respeito da repercussão do caso de estudantes que realizaram um trabalho exaltando o nazismo e afirmou que a categoria de “sobrevivente” se aplica a pessoas de fato perseguidas.

Museu do Holocausto
Reprodução/Rede Sociais

O episódio aconteceu no Colégio Cívico Militar Marquês de Caravelas, em Arapongas, no norte do Paraná, e ganhou repercussão após a deputada federal Carol Dartora (PT) expor a situação em suas redes sociais.

De acordo com o Museu, o caráter deturpado da atividade, realizada com alunos do 3º ano do Ensino Médio, leva instituição a apontar os equívocos pedagógicos da proposta. Além disso, ressalta a preocupação quanto à reprodução dessa metodologia em outras partes do Paraná e do Brasil.

“Dois aspectos da atividade nos chamam atenção: 1) o uso de indumentária, simbologia e decoração associada ao nazismo; 2) a entrevista com a filha de um soldado nazista, chamada, na publicação do colégio nas redes (já apagada), de “sobrevivente”. Analisemos cada uma delas”, disse o Museu em nota.

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O uso de salas temáticas, decorações e caracterizações visando “vivenciar o
tema” é uma prática didática comum. No entanto, para cada tema, são necessários cuidado e sensibilidade ao utilizar tais metodologias. Há necessidade de explicar historicamente o fenômeno do nazismo, visando o combate de suas continuidades e permanências no presente.

Mesmo que a intenção não seja de apologia ao nazismo, o uso de simbologia tal como foi feito leva a um fascínio pelo nazismo. A encenação torna o nazismo, e não o seu combate, algo divertido, interessante e fascinante, deslocado do seu significado histórico, afirmou o Museu.

O trabalho dos alunos contou com a entrevista de uma descendente de um soldado nazista, e segundo o texto publicado pelo colégio nas redes sociais (e já apagado), o soldado foi caracterizado como “nazista e queria lutar pelo país”.

“Cabe lembrar que o projeto do regime nazista pelo qual o pai da entrevistada “lutava” tinha em seu cerne a conquista e opressão de populações de outros países e o extermínio de pessoas consideradas racialmente inferiores ou perigosas e a perseguição a opositores políticos”, relembrou a instituição.

O Museu do Holocausto se colocou à disposição da Secretaria de Educação, do NRE de Apucarana e do Colégio para orientar e, em conjunto, elaborar práticas éticas e significativas para o ensino de temas como Holocausto, nazismo e Segunda Guerra Mundial.

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