As cinco vítimas do ataque a uma creche na cidade de Saudades, em Santa Catarina, foram veladas na manhã desta quarta-feira (5). A cerimônia reuniu mais de 1,5 mil pessoas, unindo tristeza e revolta pelo massacre que matou três crianças de menos e dois anos de vida e duas funcionárias da instituição de ensino. Os pais da criança permaneceram o tempo todo ao lado dos caixões, inconformados com a partida precoce dos filhos, e a cena emocionou as centenas de pessoas que acompanhavam a cerimônia.
Desde o ataque, o comércio da cidade pendurou cartazes e faixas pretas nas fachadas em sinal de luto. Uma missa em memória às vítimas foi rezada pelo bispo Dom Odelir, que lembrou ataques ocorridos em São Paulo e nos Estados Unidos e também citou as mortes pela covid-19 no país. “É uma tragédia no meio da outra. No Brasil, são mais de 410 mil famílias que perderam os entes queridos de forma precipitada”.
O sepultamento das crianças e das duas mulheres aconteceu ainda durante a manhã no cemitério municipal de Saudades.
Como foi o ataque
De acordo com a Polícia Militar, por volta das 10 horas Fabiano Kipper invadiu a creche, que recebe alunos de até três anos, e atacou a professora Keli Adriane Aniecevski. Ela tentou se esconder numa sala de aula onde havia alguns alunos, mas foi perseguida pelo criminoso. Além de matar a professora, o autor ainda atacou a agente educacional Mirla Renner e outras crianças – duas delas morreram na hora e a terceira morreu logo após receber atendimento médico.
Ainda segundo a PM, a tragédia só não foi maior porque as professoras que davam aulas no momento perceberam que havia algo de errado e trancaram as portas. Depois de cometer o crime, o jovem de 18 anos tentou tirar a própria vida, mas foi impedido por testemunhas. Mesmo assim, ele ficou gravemente ferido e foi transferido para um hospital de Chapecó, onde permanece internado sob escolta policial.