Violência financeira contra idosos cresce e reacende discussões sobre como se precaver

É cada vez mais comum ver e presenciar idosos sofrendo algum tipo de violência financeira e, em alguns casos, até mesmo extorsões. Esses atos muitas vezes são cometidos por familiares e até por instituições financeiras, que tentam se aproveitar da vulnerabilidade que a idade avançada acaba gerando. 

Foto: Pixabay

Dados disponibilizados pelo Disque 100, serviço de denúncias da Ouvidoria da Secretaria dos Direitos Humanos do Governo Federal, revelam que a violência financeira contra idosos é a 3ª maior no ranking dos tipos de violência cometidos no Brasil contra o público mais velho, atrás apenas da violência psicológica e da negligência. 

De acordo com o Estatuto do Idoso, aqueles que cometem violência financeira contra idosos, apropriando-se de seus bens, por exemplo, podem ser penalizados com um a quatro anos de reclusão, além do pagamento de uma multa. Por outro lado, aqueles que se apossam do cartão da conta bancária de um idoso podem pegar entre seis meses e dois anos de detenção, além da multa. 

Segundo Thiago Martello, educador financeiro e fundador da Martello Educação Financeira, um grande percentual dos casos são cometidos pelos próprios familiares. “E praticamente não existe um perfil específico das vítimas, já que golpes são cometidos sem distinção contra pessoas afortunadas e contra aqueles que recebem um salário mínimo, por exemplo. Tem sido, realmente, um problema para diversos idosos”, pontua. 

Para Janaina Gimael, jornalista e educadora financeira, é preciso que se fale mais sobre o tema para que os idosos possam saber como buscar ajuda e se precaver, especialmente quando alguns abusos ocorrem através de instituições financeiras. “Observamos que muitos idosos mal sabem o que acontece em suas contas bancárias porque não têm o conhecimento necessário relacionado à contratação de produtos. Além disso, muitas vezes se endividam realizando um empréstimo atrás do outro e, não raro, pegam esses empréstimos para ajudar outras pessoas, ficando em dificuldade depois. Isso sem contar os muitos golpes que vêm acontecendo por meio de aplicativos e redes sociais”, relata.  Por outro lado, Martello afirma que promover a autonomia desse grupo é um desafio que deve ser superado. “As pessoas mais velhas precisam entender seus direitos e promover mais autonomia para si mesmas. Por algum motivo, nos dias de hoje existe uma infantilização da pessoa idosa, quando tudo o que devemos fazer é promover e facilitar o acesso à educação financeira para esses indivíduos”, declara.

De acordo com o educador financeiro, muitos idosos sofrem com cobranças agressivas de instituições, o que contribui para eles se endividarem ainda mais. “Na maioria dos casos, a oferta do crédito é fácil e rápida, mas a partir do momento em que essas pessoas se tornam inadimplentes, o assédio e as cobranças são insuportáveis. Os bancos costumam terceirizar escritórios para telefonar diariamente com ameaças relacionadas a essas inadimplências, assustando os idosos que se desdobram para realizar pagamentos abusivos”, lamenta.

Caso o abuso seja praticado por bancos e outras instituições financeiras e de crédito, é importante buscar a ajuda dos órgãos de proteção ao consumidor.

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