Eu, ela, meu filho e a ex

Com o número de divórcios cada vez maior, podemos pensar que o aumento de pessoas com o título “ex” tem aumentado na mesma proporção. Com essa dinâmica, vem a dúvida: “Qual é o lugar da ex na minha vida atual?”.

como-conviver-com-a-ex-do-meu-marido
Foto: Adobe Stock

A questão se torna ainda mais complexa quando essa antiga relação rendeu filhos, pois aí não é só ex – é a mãe do meu filho. E agora?

Recentemente abri uma discussão nas minhas redes sociais, pois recebi uma mensagem de uma esposa (atual) que vê seu marido com livre acesso na casa da ex para manter a proximidade com o filho.

Tal assunto mexeu com os ânimos tanto de quem defende esse laço de convivência quanto de quem acha que a ex é inimiga. Eu, Elaine, profissional, vou ficar com o meio termo. Entenda, não estou em cima do muro, mas penso que o bom senso e o olhar empático para TODOS os envolvidos se fazem necessários em uma situação delicada como essa.

Manter uma boa relação com a mãe do seu filho (e o pai também), é indiscutivelmente saudável para todas as partes. Filhos com pais alinhados, mesmo que separados, se tornam adultos mais seguros. Ocorre que a situação em questão passa a ser um problema quando confundimos a BOA RELAÇÃO com invasão e/ou uma porta aberta para um relacionamento de controle.

Vamos analisar os pormenores do caso da minha seguidora. Só o fato dela ter enviado a questão para minha equipe solicitando uma orientação já se entende que ela está desconfortável na posição de atual esposa. Por si só isso já é negativo, pois nem todos os envolvidos estão felizes com essa condição.

Segundo, vamos pensar que o “livre acesso” à casa da ex faz com que esse homem (ex-marido da mãe e atual da esposa) participe de dinâmicas na casa do filho que já não competem a ele. Entre elas, podemos pensar que ele pode chegar em momentos impróprios, como quando essa mãe está de pijama, com visitas, etc. Enfim… NEGATIVO!

Defensores desse formato de convivência podem questionar o bem da criança, mas vamos lá: o casal já está separado, por que esconder isso do filho? Respeitando a idade e o discernimento desse menino, é de extrema importância que ele seja colocado dentro da realidade atual. Tal informação não o fará menos amado, mas sim, já iniciará um processo de entendimento.

Outro ponto é pensar na situação emocional dessa ex. Caso ela nutra algum sentimento por esse ex-marido, será alimentada com migalhas por essas pequenas visitas, impedindo que ela refaça sua vida conjugal e afetiva.

Sem contar que no momento que a mãe refizer sua vida, muito provavelmente essa presença não será possível. Temos que pensar que a criança pode “culpar” o padrasto por essa quebra.

Sendo assim, entendo que a boa relação deve sim ser alimentada. Seria maravilhoso frequentarem os mesmos lugares, festas de aniversário do filho, reuniões de escola… porém, cada um no seu quadrado, estou errada?

Sobre a autora

Elaine Damasceno (@elaine_damascenoo) é terapeuta de casais e idealizadora da Comunidade Vida de Casada, um espaço de acolhimento a mulheres que buscam evolução como esposas. Psicanalista formada pelo Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica (IBPC); certificada em Coach com formação em Professional e Self Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC); especialista em Inteligência Emocional com ênfase em Família (IBC); especialista em Análise Comportamental (IBC); Graduada em Comunicação Social – Jornalismo – Unopar. Casada com Bruno Santos, mãe de 3 (Nicolle, Luiza e Theo).

Entre no grupo do Massa News
e receba as principais noticias
direto no seu WhatsApp!
ENTRAR NO GRUPO
Compartilhe essa matéria nas redes sociais
Ative as notificações e fique por dentro das notícias
Ativar notificações
Dá o play plus-circle Created with Sketch Beta. Assista aos principais vídeos de hoje
Colunistas plus-circle Created with Sketch Beta. A opinião em forma de notícia
Alorino
Antônio Carlos
Claudia Silvano
Edvaldo Corrêa
Fabiano Tavares
Gabriel Pianaro
chevron-up Created with Sketch Beta.