Da infância na periferia de Guarulhos até a preparação para sua estreia olímpica, Ludmila percorreu um longo caminho. Mas sabe que não esteve sozinha. Se cresceu vendo as Guerreiras do Brasil fazendo história com a Amarelinha, hoje ela também carrega a responsabilidade de ser referência para as futuras gerações. É com toda essa bagagem que entrará em campo com a Seleção Brasileira na próxima quarta-feira (21), às 5h, contra a China.
“Esse é o sonho de todas as meninas que vêm, desde pequenininhas, vendo Marta, Formiga e Cristiane nas Olimpíadas, na Copa do Mundo. Para mim, não é diferente. Estar aqui realizando esse sonho é uma conquista enorme, não só para mim, mas para minha comunidade. É mostrar para as crianças da favela que a gente pode chegar longe, sonhar alto”, disse, destacando a importância dos Jogos Olímpicos:
“Olimpíada é magia. Eu olhava na TV e era uma coisa muito mágica, era diferente, e eu estou chegando perto de sentir essa magia. O coração está a milhão”, confessou.
Antes da estreia, a equipe faz seu penúltimo treino nesta segunda-feira, às 17h (5h no horário de Brasília), no Izume Soccer Field. Enquanto o grande dia não chega, a experiência como torcedora também alimenta a expectativa de Ludmila. Entre suas memórias olímpicas mais marcantes, a atacante destacou a campanha na Rio 2016, quando a Seleção lotou estádios e contou com o apoio da torcida a cada fase da competição. Agora, ela celebra a oportunidade de representar o país no mesmo torneio.
“Na verdade, nunca sabemos o que a vida tem para nós. A gente sonha alto, mas duvida muito de si mesma, sabe? Eu vi o exemplo delas, mas, para mim, era algo impossível. A gente sempre acha que algo tão bom está muito distante de nós, porque é muita concorrência, é muita menina boa. O que me move é ter chegado até aqui, representar a Seleção Brasileira, o país inteiro e todas as meninas negras e da favela que vêm sonhando com isso”, concluiu.