“A Amazônia não pega fogo porque é úmida”, afirma Bolsonaro; assista

Em entrevista ao apresentador Ratinho, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre a situação da Amazônia e garantiu que a floresta não pega fogo por ser úmida. Na conversa que foi ao ar na Rede Massa neste sábado (4) e está disponível nos canais da emissora e do portal Massa News, no fim desta matéria.

Foto: Reprodução/Rede Massa

A Amazônia não pega fogo, e isso não é fake news. A Amazônia é úmida, o que pega fogo é o entorno da Amazônia, muitas vezes o próprio ribeirinho, o próprio indígena que faz a sua cultura usando o fogo”, argumenta o presidente. Ele também reconhece a existência de queimadas e desmatamentos ilegais, mas diz que “não é fácil tomar conta daquele mundo que está lá”, comparando a extensão territorial da floresta como uma “Europa ocidental”.  

Bolsonaro também afirma que a preservação da floresta amazônica também é de responsabilidade dos governadores dos estados do Norte. “O Sul do Pará está praticamente abandonado no tocante a isso [preservação ambiental]. Nós fazemos nossa parte, mas é quase impossível tomar conta da Amazônia como gostaríamos que fosse feito”, justifica.

Para o presidente, a divulgação de notícias sobre os incêndios florestais no país faz parte de uma “guerra comercial”. “Não é verdade essas noticias que correm o mundo todo, como se a Amazônia estivesse ardendo em chamas o tempo todo”, garante. “É uma guerra comercial, basicamente vem da França essa grande crítica, eles não querem concorrer conosco com seus commodities, os produtos que vêm do campo”, explica o presidente.

Ele classifica a questão ambiental como “quase uma doença” e também argumenta que os políticos europeus usam as questões ambientais brasileiras para fins eleitorais. “Ele tem que criticar e duvidar do que fazemos na Amazônia, e alguns países querem que a soberania da Amazônia seja relativizada”, acrescenta.

Privatização da Petrobras

O debate sobre a venda da Petrobras também foi abordado na entrevista com Ratinho. Bolsonaro explica que a privatização levaria pelo menos quatro anos e comenta que uma ideia seria “fatiar a Petrobras” para agilizar o processo. “Realmente, não está dando certo atualmente, até chamo de Petrobras Futebol Clube. Apesar de estar na Constituição seu caráter social, ela não aplica”, complementa.

“Vivemos um momento excepcional, ninguém quer e nem vai interferir nos preços, mas a Petrobras não pode continuar usando a paridade de preços internacional, sendo que somos autossuficientes, sempre repassando isso para o povo”, acredita o presidente.

Bolsonaro também revelou que pediu à diretoria da Petrobras para que não houvesse um novo reajuste no preço do combustível porque o produto “é a correia da inflação, sobe o preço dos mantimentos, sobe tudo”. E reforça que “quem manda na Petrobras hoje é o pequeno acionista. Os papeis foram vendidos na época do governo Lula (…). Em torno de 40% [dos lucros] vai para os acionistas minoritários”.

Outro problema apontado pelo presidente para justificar a privatização da estatal está nas refinarias que não foram concluídas durante o governo de Lula. “Gastou-se R$ 100 bilhões e a gente não destina um barril de petróleo sequer, então somos obrigados a comprar gasolina e diesel fora do Brasil, o que ajuda a encarecer o preço aqui dentro.

Urna eletrônica e eleições 2022

“Eu não confio na urna eletrônica, como grande parte da população, e entendo que o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] não deveria ficar brigando comigo, dizendo que eu quero interferir e que eu ataco a democracia”, responde o chefe do Executivo. Ele propõe a realização de uma “audiência pública com os técnicos das Forças Armadas para dizer quem tem razão” e garantir a idoneidade das eleições.

Bolsonaro também afirma que “os indícios todos que os ministros do TSE nos dão é que eles têm alguma preocupação de que nós não fiscalizemos a contento as eleições”. Ele lembra que as Forças Armadas foram convidadas para participar da comissão de transparência eleitoral.

“As Forças Armadas fizeram levantamento e descobriram quase 600 vulnerabilidades, apresentamos nove sugestões e eles agora não querem aceitar”, garante o presidente.

Participação em debates

“No segundo turno eu vou participar. Se eu for para o segundo turno, devo ir né, vou participar”, disse o presidente em entrevista gravada para o apresentador Ratinho. “No primeiro turno a gente pensa, porque se eu for os 10 candidatos ali vão querer o tempo todo dar pancada em mim.”

Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas e, de acordo com o cenário atual, deve enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um segundo turno.

Artistas contra Bolsonaro e Lei Rouanet

A entrevista também abordou as recentes polêmicas envolvendo artistas que se manifestaram contra Bolsonaro em shows e nas redes sociais. Para o presidente, a rejeição entre a classe artística está relacionada às críticas que seu governo faz à Lei Rouanet.

“Algumas personalidades do mundo artístico brasileiro poderiam pegar até R$ 10 milhões por ano da Lei Rouanet e não prestavam conta de nada. Quando nós assumimos, passei para R$ 1 milhão e achei caro ainda. Daí chegou o Mário Frias e passu para R$ 500 mil”, explica.

Ele acrescenta ainda que, entre os critérios para liberação de verba está a prioridade aos artistas em início de carreira “e obviamente os artistas mais conhecidos ficaram revoltados com o nosso governo”.

Bolsonaro também revelou que pretende transformar a Lei Rouanet, caso seja reeleito. “Ela pode continuar para o pequeno artista, tem que botar um limite. Acho que pode diminuir um pouco mais esse valor e essa desobrigação das empresas pagarem imposto e pagarem pro lado de cá, podemos voltar uma Lei Rouanet para ciência, tecnologia, pesquisas e desenvolvimento”, esclarece.

Confira a entrevista completa

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