Família envolvida em trabalho escravo tinha porão onde eram feitas agressões às crianças, diz polícia

A família de líderes religiosos presa nesta sexta (23) acusada de aliciamento de crianças e adolescentes para submetê-las ao trabalho escravo em Maringá tinha um quarto no porão da igreja que pode ter sido usado para as agressões, conforme a Polícia Civil.

Este quarto era escuro e isolado, e ainda tinha espuma de isolamento acústico e um colchão no chão. No local, a polícia apreendeu um bastão que também pode ter sido usado em agressões, e ainda, uma pistola calibre 9 milímetros que, segundo os investigadores, era usada para ameaçar as famílias que queriam tirar os adolescentes do esquema.

Conforme a Polícia Civil, a família tinha um alto padrão de vida, com casa com piscina e churrasqueira.

O crime – Pai, mãe e filho, todos líderes religiosos, comandavam uma venda de pizzas em Maringá e cidades da região. As pizzas eram feitas na própria igreja da família. O trio atraía crianças e adolescentes para as vendas, afirmando que a ação seria uma obra divina e que o dinheiro seria doado para crianças com câncer.

Após o aliciamento, os menores eram submetidos ao trabalho forçado, em jornada excessiva. Os suspeitos ainda obrigavam as crianças a prestar contas relacionadas às vendas, por meio de ameaças e agressões físicas e verbais. 

Uma das vítimas, de 13 anos, foi tirada dos pais para trabalhar como empregada doméstica na casa da família de pastores. Os pais, que tentavam contestar os métodos do grupo, também eram agredidos e ameaçados.

Na igreja, fiscais da vigilância ambiental também apreenderam 200 pizzas armazenadas em péssimas condições de higiene, além de produtos sem prazo de validade anotado, ou origem definida.

Confira mais informações sobre o caso na reportagem do Tribuna da Massa Maringá:

Com informações da reportagem do Tribuna da Massa Maringá