O Hospital Veterinário do Centro Universitário Filadélfia (UniFil), em Londrina, virou um Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS). A inauguração foi na sexta-feira (16). O local tem parceria com o Instituto Água e Terra (IAT) e presta apoio no recebimento de animais silvestres vítimas de atropelamento, maus-tratos, comércio ilegal, tráfico e cativeiro irregular, que precisam de atendimento veterinário.
O hospital veterinário da Unifil executa esse trabalho voluntariamente há sete anos e agora tem o apoio financeiro do Governo do Paraná. “Realizávamos esse trabalho de forma voluntária, mas os custos são altos porque mantemos qualidade no atendimento. Com o reconhecimento do Estado, firmamos um convênio e hoje fomos outorgados como CAFS”, explicou o reitor da UniFil, Eleazar Ferreira.
Atualmente o hospital possui 55 animais internados: 3 araras canindé, 5 papagaios, 1 jacu, 1 faisão, 4 maracanãs, 11 saguis, 4 cobras, 1 macaco prego, 2 quatis, 2 cachorros do mato, 1 coruja buraqueira, 1 coruja do mato, 2 quero-queros, 3 suindaras, 1 carcará, 1 pássaro preto, 5 trincas ferros, 2 tico-ticos, 1 sabiá, 1 canário da terra, 1 tamanduá bandeira filhote, 1 ouriço pigmeu africano (hedeghog) e 1 onça parda.
Depois do atendimento na UniFil, o IAT realiza a destinação adequada dos animais, seja de volta à natureza ou para empreendimentos de fauna, licenciadas pelo órgão. “Esses animais, vítimas de crimes ambientais, terão grande suporte dentro da UniFil, que possui equipe competente e recursos de primeira mão, no qual aumenta as chances de poder voltar ao seu habitat natural”, diz o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
CAFS
A criação dos CAFS foi instituída em 2019 pela Resolução Conjunta Sedest/IAT nº 17/2019 para receber a fauna silvestre nativa e exótica apreendida no Paraná. O objetivo é oferecer atendimento regional aos animais que são vítimas de atropelamento, maus-tratos, comércio ilegal, tráfico e cativeiro irregular.
O IAT possui parceiros informais que prestam apoio à fauna vitimada em todo o estado. “Queremos formalizá-los e contribuir com recursos técnico e financeiro”, diz a bióloga do IAT, Jéssica Jasinski. “Com isso, foi criada a categoria CAFS, que possui as mesmas atribuições do Centro de Triagem de Animais Silvestres, o Cetas, mas exigindo uma estrutura menor e mais viável para adequar em todas as regionais que contém escritórios do IAT”, explica.
Parcerias
O modelo adotado no Paraná propicia o recebimento e a avaliação imediata do animal com a definição dos cuidados veterinários necessários até a sua destinação. Juntamente com técnicos do IAT, a equipe médica veterinária faz o reconhecimento e o encaminha para o tratamento ou destinação adequada.
Além do CAFS de Londrina, o IAT tem atualmente parcerias formalizadas em Guarapuava (com a Unicentro), Cascavel (com a Univel), Mauá da Serra (com o Instituto Monte Sinai) e Curitiba (parceria com a prefeitura). O Estado já repassou R$ 1,1 milhão aos CAFS com parcerias estabelecidas.
Os CAFS de Maringá, Cornélio Procópio, Toledo, Foz do Iguaçu e do Litoral estão em fase de implementação. Todas estas deverão ser oficialmente inauguradas. Um Cetas nos Campos Gerais (parceria com o Instituto Klimionte) está em fase de complementações para também ser inaugurado em breve.
Unifil
De novembro de 2020 até agora, o CAFS de Londrina atendeu 270 animais silvestres, entre répteis, mamíferos e aves. Os últimos atendimentos foram realizados a um ouriço cacheiro brasileiro atacado por cachorros domésticos e uma ave da espécie Selenidera maculirostris, conhecida como araçari-poca, resgatada em situação de trauma.
Recentemente o hospital recebeu um filhote de onça parda que foi atropelado e teve problemas neurológicos. A MedMep – Medicina Especializada, de São Paulo – se comoveu com a oncinha e fez a doação de uma célula tronco que será utilizada no tratamento do animal.
A estrutura da UniFil conta com consultórios, sala raio-x, sala de ultrassom, centro cirúrgico de pequenos animais, estrutura de farmácia, laboratório de exames, centro cirúrgico de grandes animais, alojamento para animais domésticos, de produção e silvestres.
Informações da AEN