Um aluno de uma escola particular de Curitiba acusa os colegas de sala de aula de racismo e de promoverem ameaças e falas nazistas. A vítima das ofensas tem 17 anos e vem sofrendo ataques de outros estudantes há vários meses, desde o início do ano letivo.
As agressões começaram com palavras fortes e ameaças de agressão até, finalmente, culminar nos atos racistas cometidos por alunos da escola particular. Foi aí que o rapaz levou a situação para os pais.
“Quando ele estava saindo do colégio vieram pra cima dele, fizeram uma rodinha e foram empurrando ele. Foram pra bater nele, mas o segurança foi lá, retirou meu filho e levou para dentro do colégio”, conta a mãe do jovem, que pediu para não ser identificada para preservar a identidade e a segurança do adolescente.
Racismo em escola particular deixa pais em alerta
Em grupos de WhatsApp, uma pessoa diz ao rapaz vítima de racismo: “ótima atitude, lugar de preto é na senzala e não perto do senhor de engenho”. No dia seguinte, desenharam uma suástica no caderno do jovem, símbolo que representa o nazismo da Alemanha das décadas de 1930 e 1940.
“Desde pequeno eu venho sofrendo isso, porém não conseguia falar com minha mãe e nem com psicólogos, isso vem dentro de mim tem anos. Mas agora chegou num ponto que excedeu todos os limites”, explica o adolescente sobre a denúncia feita contra os alunos da escola particular.
Para Igor Ogar, advogado da família, não se trata mais de uma brincadeira entre colegas de sala de aula, e sim um crime.
“Existe uma sociedade paralela que está voltando a apoiar as condições nazistas e isso tem que ser extirpado da sociedade. Iremos exigir, com apoio do Ministério Público, para que sejam penalizadas todas as pessoas envolvidas nesta situação”, garante o advogado.
Segundo caso de racismo e nazismo na semana
Para corroborar a tese do advogado sobre a escalada de apoiadores do nazismo e de ideais preconceituosos, há poucos dias outro rapaz foi agredido por um suposto neonazista.
O caso foi registrado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O jovem de 19 anos tinha um boton antinazista na mochila e foi abordado por um homem na rua.
Quando ele dá as costas, é atacado pelo bandido, que usava um soco inglês. A vítima sofreu lesões no rosto e na nuca durante o ataque covarde, e o caso está sob investigação da Polícia Civil.
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