Mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024 também estão na história brasileira

A organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024 apresentou ao mundo os mascotes oficiais dos eventos, em 14 de novembro: a Phryge Olímpica e a Phryge Paralímpica. Os personagens são pequenos gorros, chamados de barretes frígios, presentes há centenas de anos na história e cultura da França e com significados bastante relevantes até os dias atuais.

Foto: Divulgação

De acordo com a professora de História do Colégio Marista Paranaense, Lígia Tureck Melo, os barretes frígios representam a liberdade, inclusão e o apoio a grandes causas significativas para a humanidade. “Penso que o barrete frígio vem com a intenção de renovar e fortalecer as ideias de democracia, liberdade, fraternidade e igualdade. Temas que eram as bases da Revolução Francesa e que às vezes nos parecem esquecidos. Também são ideais trabalhados nas olimpíadas e entre os atletas de nacionalidades tão diversas”, explica.

Barretes na história

Os barretes são um símbolo bastante presente para os franceses, visto como representação da República nas instituições francesas, no topo da figura de Marianne, que ilustra moedas e selos franceses. Também aparecem como símbolo de liberdade para escravos romanos libertos e em diferentes situações nas Américas. A nossa própria efígie da República faz uso do barrete, de acordo com a professora, que ressalta: “é muito significativo a retomada de um símbolo tão forte e importante, que se perpetua e é usado em tantos governos pelo mundo. Lembrar da luta, que muitas pessoas tiveram, para conquistar direitos que nos são garantidos atualmente (liberdade e igualdade) deve ser algo sempre valorizado”.

O uso de símbolos históricos e culturais atrelados a eventos esportivos também é algo realizado pela Copa do Mundo 2022, que utiliza o La`eeb, os lenços de cabeça utilizados na cultura árabe. De acordo com a Fifa, o significado do termo é “jogador super habilidoso”.

É importante pontuar que esporte e a história caminham juntos, uma vez que a sociedade desde o início é perpassada pelo esporte. Na opinião da professora de História do Marista Escola Social Ecológica, Aline Di Giuseppe, eventos como as Olimpíadas tiveram origem na Grécia e até hoje é um dos eventos esportivos mais importantes do mundo. Além disso, há os símbolos de cada país nas camisas e bandeiras, todos carregados de questões e representações históricas”. Ela lembra também a questão de momentos de protestos dentro dos esportes, sejam eles contra guerras, contra decisões de chefes de governo, a favor de populações excluídas, entre outras razões. “O fato é que a relação entre esporte e história é tão antiga quanto a própria origem desses termos, é a partir dos esportes que as diversas narrativas são contadas, é a partir dele, mas não somente dele, que a história se constrói”, analisa Aline. 

Os símbolos, além de nos ensinarem sobre a história local, sobre a cultura do povo de origem, também serão utilizados para trazer significados. “Há muitos símbolos que costumamos ver, mas sem saber seu real significado e esses eventos trazem conhecimento e informação de maneira ampla”, comenta ela. Uma “pomba branca”, nunca mais será uma ave qualquer depois que você souber que ela simboliza “a paz”, assim como o barrete não será mais um simples gorro, depois que se souber que ele simboliza a “liberdade”. Com certeza veremos barretes frígios e seu significado em provas de vestibular e ENEM em breve, conclui Ligia.

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